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SHEMA ISRAEL, ADONAI ELOHENU, ADONAI ECHAD! DEUT 6:4

 

CIRCUNCISÃO

O que é a berit milá e como é realizado?

RESPOSTA:

Berit milá é circuncisão. É a mitsvá positiva de nº 215. Um recém-nascido judeu do sexo masculino junta-se ao povo judeu através do berit milá, realizado em seu oitavo dia de vida.

"Berit" significa "pacto." A fé de nosso patriarca Avraham (Abraão) foi testada dez vezes por D'us, após o quê D'us estava certo de que suas convicções eram inabaláveis. A nona provação foi remover o excesso de pele de seu órgão masculino, denotando o domínio espiritual sobre a compulsão primitiva. Depois de todas as dez, Avraham entrou em um pacto de fé mútua com D'us, que vive para sempre.

Enquanto a Torá estabelece a data do berit milá para o oitavo dia, se o bebê está doente, com icterícia ou é prematuro, o berit milá é adiado até que esteja preparado.

Como se realiza o berit milá?

1. Cirurgia na sala de estar!

O nascimento em casa não é o único procedimento médico realizado em casa atualmente - os judeus têm realizado circuncisões no conforto e conveniência de seus lares por milênios. Na companhia de amigos e da família, o berit milá é realizado por um mohel, um especialista em circuncisão, que assegura o mínimo de desconforto para o recém-nascido. Entretanto, devido a problemas de espaço e o fato de que a maioria das circuncisões é feita pela manhã, geralmente faz-se em sinagogas, imediatamente após os serviços as preces de Shacharit.

2. Detalhes

Era isso que você queria, não era? Um berit milá na verdade é bastante higiênico: o bebê é trazido sobre uma almofada em meio a pompa e circunstância, e colocado no colo de alguém, geralmente o avô ou o parente mais idoso. Aquele que traz o bebê é chamado cvater; o que o segura no colo é chamado sandec. São recitados versículos do sidur, e a pele acima da coroa é puxada levemente em um utensílio de aço para proteção, e com uma lâmina afiada, o mohel a remove com um rápido golpe cirúrgico.

É claro que o bebê chora bastante, mas 80% da dor é o choque, e dos 20% de dor, a maior parte deve-se ao frio do metal. A pele em si é muito tenra, e o corte leva menos que um piscar de olhos para ser feito, e o processo de cicatrização começa imediatamente. A maioria das crianças não demonstra sinais de dor após um ou dois dias. Logo após a circuncisão, o mohel ajuda o processo de cura, aplicando bandagens e pomadas.

O bebê recém-circuncidado, juntamente com a almofada, é levantado do colo do sandec e colocado nos braços de outro dignitário da família, intitulado sandec meumad. Um parente próximo escolhido pelo orgulhoso papai, geralmente seu próprio pai, recita versículos adicionais do sidur, e proclama em hebraico: "... e que seu nome em Israel seja chamado [aqui vai o nome]..." Depois de receber o nome, o bebê é passado para a mãe, e a família e amigos sentam-se para uma festiva refeição matinal, pois o berit milá geralmente é realizado pela manhã, tão cedo quanto possível, denotando entusiasmo pela mitsvá.

Avraham tinha 99 anos quando ele próprio fez sua circuncisão - teve o autocontrole de um Mestre jedi. Sua mente era poderosa - ele entendia o que estava fazendo e, conhecendo a importância crucial do pacto, circuncidou seu primeiro filho, Yishmael, aos treze anos. Naquele estágio, Yishmael era capaz de fazer perguntas inteligentes. Seu relacionamento com D'us, portanto, teve início com o intelecto.

O pequeno Yitschac contava apenas oito dias quando foi circuncidado. Oito é um passo adiante do natural. Sete simboliza a natureza: a interminável rotina de dias comuns e fins de semana, alvorada, pôr-do-sol, dia após dia. O oito além disso, simboliza o sobrenatural. Como um bebê de oito dias, Yitschac não tinha intelecto - apenas uma percepção vaga e permanente de D'us, gravada em seu subconsciente desde os primeiros dias. Seu relacionamento com D'us foi iniciado de maneira sobrenatural.

A sobrevivência do povo judeu é sobrenatural. Ninguém pode explicá-la. E a própria natureza da nação judaica é sobrenatural, porque descende não de Yishmael, o racionalista, mas de Yitschac, o humilde aceitador. Por esta razão, o berit milá é realizado no Dia Número Oito - o dia que simboliza a eterna sobrenatureza da Nação Judaica.


Como diferenciar o "JUDAÍSMO MESSIÂNICO" De Igrejas Pentecostais Disfarçadas?

O Termo "Judaísmo Messiânico" já é controverso, pois a maioria das vertentes judaicas, afirma que ao crer em Yeshua como Messias, já descaracteriza o "autêntico Judaísmo", isso em boa parte se explica pelas inúmeras igrejas Evangélicas Neo-pentecostais, que se apoderaram dos ritos judaicos, sendo que a grande maioria destas não se importam com as mitzvot, também é fato que realmente EXISTEM judeus Zelosos da Torah, que crêem em Yeshua, então como separar as ovelhas de lobos disfarçados?

OBS: Os judeus não vêem em Jesus, o messias e crêem que devem restaurar o templo, voltar a sacrificar para só então presenciarem a Vinda (e não a Volta) do messias...

Tentando resolver este impasse, eu vou postar aqui algumas das atribuições que uma verdadeira sinagoga messianica deve adotar, tantos para judeus, como para prosélitos:

I - Seguir, Ensinar os 13 principios de Moshe Maomonides, ou seja:

1. Existência de D'us
D'us é o criador de tudo.

2. Unidade de D'us
D'us é um, e não existe nenhuma unidade que se assemelha à Sua.

3. Incorporalidade de D'us
D'us não tem corpo e não se Lhe atribui nenhum conceito físico.

4. Eternidade de D'us
Ele existiu antes que algo existisse, e existirá para sempre.

5. Intermediação no culto
Só a Ele devemos dirigir as nossas preces.

6. A profecia
Todas as palavras dos nossos Profetas Bíblicos são verdadeiras.

7. A supremacia da profecia de Moisés
A profecia de Moisés é verdadeira, e ele foi o maior de todos os profetas.

8. Torah como sendo recebida do céu
A Torah que hoje possuimos é a mesma que foi transmitida a Moisés.

9. Imutabilidade da Torah
A Torah não será modificada e nunca haverá outra Torah.

10. Omnisciência da providência divina
D'us conhece todos os actos e pensamentos do homem.

11. Recompensa e punição
D'us recompensa aqueles que observam os mandamentos e pune aqueles que os transgridem.

12. Vinda do Messias
D'us mandará o Messias (Vide observação acima), e por mais que tarde, o esperarei todos os dias.

13. Ressurreição dos mortos
Os mortos serão trazidos de volta à vida, quando D'us quiser que isto aconteça.


II - Adotar a Brit Milah (Circuncisão), Adotar esse mandamento a todos os seus adeptos, fazendo-os assim descendência de Avraham.

OBS: GÁLATAS, CAP 2
20 Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo -a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim.

GÁLATAS, CAP 3 - VIVEMOS PELA FÉ !!!
26 Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus;
27 porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo.
28 Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.
29 E, se sois de Cristo, então, sois descendência de Abraão e herdeiros conforme a promessa.

GÁLATAS, CAP 5 - CIRCUNCISÃO DA CARNE?
3 E, de novo, protesto a todo homem que se deixa circuncidar que está obrigado a guardar toda a lei.
4 Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído.
5 Porque nós, pelo espírito da fé, aguardamos a esperança da justiça.
6 Porque, em Jesus Cristo, nem a circuncisão nem a incircuncisão têm virtude alguma, mas, sim, a fé que opera por caridade.



III - Descristianizar o Yeshua, desfazendo o trabalho de 2000 anos de mentiras e idolatria.

OBS: Cremos que a palavra 'cristianismo" envolve os ritos pagãos que foi miscigenados ao ensinos da igreja do primeiro século tais como a trindade, dom de profecia e outros mais e por isto defendemos a RESTAURAÇÃO e jamais uma nova reforma...


A Circuncisão entre os Primeiros Cristãos

Paulo da Silva Neto Sobrinho

Edição: O Caminho

 

Definição de circuncisão

Podemos encontrar o conceito de circuncisão no Dicionário Prático constante da Bíblia Sagrada, Edição Barsa: é a ablação da pele que cobre a glande do pênis. Tanto para os pagãos como para os judeus era cerimônia religiosa. Para os judeus foi estabelecida por Deus como sinal da aliança com Abraão (Gen 17, 10; At 7, 8). Todos os meninos judeus deviam ser circuncidados no oitavo dia após o nascimento (Lev 12, 3). Sendo Jesus descendente de Abraão, submeteu-se à Lei. A mãe, o pai, ou um sacerdote podia operar este rito.

O que acontecia antes do Concílio de Jerusalém

Verificaremos o que acontecia antes do Concílio de Jerusalém que resolveu a questão da circuncisão. Nossos personagens são: Pedro, Paulo e algumas pessoas não exatamente identificadas, a não ser que eram fariseus da Judéia.

a) Pedro

Atos 2, 38: Pedro lhes respondeu: “Convertei-vos e cada um peça o batismo em nome de Jesus Cristo, para conseguir perdão dos pecados. Assim recebereis o dom do Espírito Santo”

Atos 10, 44-48; Pedro ainda falava, quando o Espírito Santo desceu sobre todos os que escutavam seu discurso. Os fiéis de origem judaica, que tinham ido de Jope a Pedro, ficaram admirados por verem que o dom do Espírito Santo tinha sido derramado também sobre os não-judeus. De fato, eles os ouviam falar em diversas línguas e glorificar a Deus. Então Pedro disse: “Quem poderá recusar a água do batismo a esses, que receberam o Espírito Santo da mesma forma que nós?” E decidiu que fossem batizados em nome de Jesus Cristo.

Atos 11, 1-3: Os apóstolos e os irmãos que viviam na Judéia souberam que também os não-judeus tinham recebido a palavra de Deus. Assim, quando Pedro subiu a Jerusalém, os fiéis de origem judaica o atacaram, dizendo: “Entraste na casa de pessoas não circuncidadas e comeste à mesa com eles”.

Não encontramos, em momento algum qualquer citação de que Pedro pregava a circuncisão. Ele, inclusive, admitiu como cristãos a família de Cornélio sem exigir a circuncisão, apenas foram batizados no Espírito Santo (Jesus em espírito), que consistia na imposição das mãos, conforme podemos ver Paulo fazer (Atos 19, 1-7), que citamos mais abaixo. Pregava o batismo. A única acusação que recebeu foi de comer com os pagãos, mas se defende: “Vós sabeis que não é permitido aos judeus reunir-se com estrangeiros e nem sequer aproximar-se deles. Mas Deus mostrou que não devo considerar ninguém estrangeiro ou impuro” (Atos 10, 28).

Especificamente quanto ao batismo era o do Espírito Santo, que consistia na imposição das mãos e podemos observar esse batismo em Atos 10, 44-48, e confirmar em Atos 11, 15-17: Ora bem, apenas comecei a falar, desceu o Espírito Santo sobre eles da mesma forma que sobre nós, no princípio. Foi então que me lembrei da declaração do Senhor, quando disse: “É verdade que João batizou com água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo”. Portanto, se Deus deu a eles o mesmo dom que a nós, por termos abraçado a fé no Senhor Jesus Cristo, quem era eu para impedir a ação de Deus?

 

b) Alguns Convertidos

Atos 15, 1: Alguns indivíduos que tinham chegado a Judéia começaram a ensinar aos irmãos o seguinte: “Se vós não receberdes a circuncisão, conforme a lei de Moisés, não podereis ser salvos”.

Atos 15, 5: Contudo, algumas pessoas do grupo dos fariseus, que tinham abraçado a fé, intervieram para sustentar que era preciso circuncidar os pagãos e mandar que seguissem a lei de Moisés.

Essas passagens são as que provam que alguns indivíduos do grupo dos fariseus (as pessoas citadas acima são as mesmas) queriam impor a circuncisão àqueles que se convertiam ao cristianismo. Entretanto, não existe identificação de quem eles eram, portanto, não podemos supor que entre eles estava Pedro. Ou que Pedro os tenha instruído sobre isso, pois viria contrariar o que já colocamos a respeito da maneira que ele agia. Não vemos nenhuma coerência nisso, pois como um discípulo direto de Jesus iria propor a circuncisão, já que não recebeu este ensinamento do Mestre? O mais lógico seria Paulo, judeu por nascimento, anteriormente fiel cumpridor dos preceitos de Moisés, que inclusive perseguia os cristãos, exatamente por ter esta convicção, uma vez que não foi discípulo de Cristo, mas apóstolo. Apesar disso contrariando essa lógica, era quem mais defendia que não havia necessidade da circuncisão.

Vejamos o que consta em nota de rodapé na Bíblia Sagrada, Edição Pastoral, que vem a confirmar o que estamos dizendo:

Enraizada no ambiente judaico e pagão, a Igreja enfrenta o primeiro grande conflito. Os cristãos provenientes do judaísmo continuavam praticando a circuncisão e observando as prescrições da Lei Mosaica. A evangelização não obrigava os pagãos convertidos a esses costumes judaicos. Contudo, alguns de Jerusalém (fariseus convertidos – cf. v. 5) começaram a ensinar que também os pagãos, para se salvarem, deviam observar as mesmas coisas que os judeus convertidos. Em outras palavras, primeiro deviam ser “judaizados” e depois cristianizados. A questão era muito séria; os costumes judaicos pertencem à essência da mensagem cristã? Até que ponto a ação missionária da Igreja transmite o Evangelho, ou confunde o Evangelho com determinado contexto sociocultural, impondo a um povo a cosmovisão de outro: O Evangelho é fermento libertador, e não super-estrutura que aprisiona e perverte a alma de um povo”.

E, como conseqüência desta divergência, é “convocado” o Concílio de Jerusalém.

c) Paulo

Atos 15, 1-2: Alguns indivíduos que tinham chegado a Judéia começaram a ensinar aos irmãos o seguinte: “Se vós não receberdes a circuncisão, conforme a lei de Moisés, não podereis ser salvos”. Paulo e Barnabé protestaram, travando uma discussão muito forte com eles. Por isso ficou resolvido que Paulo e Barnabé, acompanhados de alguns deles, iriam a Jerusalém para tratar a questão com os apóstolos e os presbíteros.

Tendo chegado a Antioquia estes fariseus exigiam a circuncisão, entretanto a posição de Paulo (e Barnabé) quanto a isso fica muito clara nessa passagem. Protestaram contra os que queriam exigir a circuncisão, daí é que surge o Concílio de Jerusalém.

 

O Concílio de Jerusalém

Aconteceu no ano de 49 d.C, para resolver, de uma vez por todas, a questão da circuncisão dos pagãos convertidos ao cristianismo. Figuras principais deste Concílio foram Pedro, Paulo e Tiago, que tiveram oportunidade de expor suas idéias perante o Concílio, vejamos:

a) Pedro

Atos 15, 7-11: Depois de uma longa discussão, Pedro se levantou e lhes disse: “Irmãos! Sabeis que desde muito tempo Deus fez uma escolha entre vós: que os pagãos ouvissem de minha boca o Evangelho e abraçassem a fé. E Deus, que conhece os corações, manifestou-se em favor deles, dando-lhes o Espírito Santo do mesmo modo que a nós, sem fazer nenhuma distinção entre nós e eles, depois de purificar seus corações pela fé. Por que agora tentais a Deus, impondo aos discípulos um peso que nem nossos pais nem nós mesmos pudemos suportar? Mais uma vez: pela graça do Senhor Jesus é que nós cremos ter alcançado a salvação, exatamente como eles”.

Ao questionar sobre os que queriam impor aos outros os preceitos da Lei Mosaica, diz que quem agia desta maneira estava tentando a Deus. E, para ser coerente com o que já vinha fazendo na prática, não poderia agir de outro modo.

Na pratica Pedro também não concordava com a imposição de se fazer a circuncisão aos convertidos, isso fica mais claro quando recorremos à Bíblia Sagrada, Edição Pastoral, numa de suas notas explicativas, ao rodapé da página:

O discurso de Pedro é fundamental e contém a orientação conciliar. Pedro parte de fatos concretos: ele foi o primeiro evangelizador dos pagãos e compreendeu que Deus não faz distinção entre pagão e judeu (cf. At. 10, 34, 44-47), mas concede a ambos o mesmo Espírito Santo que leva o homem a seguir Jesus. Depois, Pedro salienta que os costumes judaicos são um jugo, isto é, um elemento cultural que não deve ser imposto aos pagãos, pois o que salva a todos é a graça que leva à fé em Jesus Cristo. Barnabé e Paulo reforçam o testemunho de Pedro”.

Aqui fica mais evidente ainda que Pedro e Paulo não eram divergentes quanto à essa questão. E, que, no princípio, Pedro pregou também aos pagãos.

b) Paulo

Atos 15, 12: Toda a assembléia ficou em silêncio e escutou a Barnabé e Paulo relatarem todos os sinais e prodígios que Deus tinha feito entre os pagãos por meio deles.

Paulo, nesse momento, relata tudo o que aconteceu a ele e Barnabé quando estavam a divulgar o Evangelho do Cristo. Aí coloca, com certeza, o que faziam sobre o assunto do concílio, explicando que eram totalmente contra essa prática.

c) Tiago

Atos 15, 13-20: Quando acabaram de falar, Tiago tomou a palavra e disse: “Irmãos, escutai-me! Simão acabou de explicar como Deus, logo de início, se dignou separar dentre os pagãos um povo consagrado a Ele. Isto concorda com a palavra dos profetas, porque está escrito: Depois disso, voltarei e reconstruirei a tenda arruinada de Davi. Reedificarei as suas ruínas e as reerguerei. Os outros homens irão procurar o Senhor, como também as nações que foram consagradas pela invocação de meu Nome. Assim fala o Senhor, que faz essas coisas conhecidas desde os tempos mais antigos. Julgo, por isso, que deixeis de molestar os que se convertem do paganismo para Deus. Basta lhes escrever que não se contaminem com a idolatria ou uniões ilegais, nem tampouco comendo sangue ou carne de animais estrangulados. Porque desde muito tempo a Lei de Moisés está sendo lida e proclamada todos os sábados nas sinagogas de cada cidade”.

Tiago, depois de ouvir Pedro e a Paulo, toma posição favorável a não haver necessidade de circuncidar os convertidos. Mas, algumas exigências da Lei Mosaica ficaram ainda em vigor, entretanto não estavam relacionadas ao problema da circuncisão. Foram elas: abster da carne imolada dos ídolos, do uso do sangue e da carne de animais estrangulados e das uniões ilegais.

d) Decisão do concílio

Atos 15, 22-29: Os apóstolos, presbíteros e toda a assembléia resolveram então escolher entre eles alguns homens e enviá-los a Antioquia junto com Paulo e Barnabé. Eram eles: Judas, Barsabás e Silas, homens de muito prestígio entre os irmãos. Por seu intermédio lhes foi enviada a seguinte carta: “Os apóstolos e presbíteros, vossos irmãos, aos irmãos que moram em Antioquia, na Síria e na Cilícia, provenientes do paganismo. Saudações. Fomos informados de que alguns dos nossos, sem nossa autorização, vos foram inquietar com certas afirmações, criando confusão em vossas mentes. Resolvemos por unanimidade escolher alguns representantes e enviá-los a vós, junto com nossos queridos irmãos Barnabé e Paulo. Estes dois têm dedicado suas vidas à causa de Nosso Senhor Jesus Cristo. Enviamos, pois, Judas e Silas, para vos transmitir de viva voz as mesmas diretivas. Porque o Espírito Santo e nós mesmos decidimos não vos impor nenhum outro peso além do indispensável: abster-vos da carne imolada dos ídolos, do uso do sangue e da carne de animais estrangulados e das uniões ilegais. Fareis bem evitando isto tudo. Passai bem!”.

A opinião de Tiago acaba por ser a decisão final do Concílio, que para ficar bem registrada e para que todos pudessem cumprir a decisão tomada deu origem a uma carta que foi enviada aos convertidos do paganismo que moravam em Antioquia, na Síria e na Cilícia.

 

Acontecimentos após o Concílio de Jerusalém

a) Paulo em Listra

Atos 16, 1-3: Paulo chegou a Derbe, depois a Listra. Encontrava-se ali um discípulo chamado Timóteo, filho de mulher judia mas cristã, e de pai grego. Os irmãos de Listra e Icônio falavam bem dele. Paulo resolveu que ele o acompanhasse. Mas antes o circuncidou, por consideração aos judeus daquelas regiões: pois todos sabiam que seu pai era grego.

Aqui não dá para entender a atitude de Paulo, vejam bem: além de ser declaradamente contra a circuncisão, estava, naquele momento, de posse da Carta com a decisão do Concílio de Jerusalém, mesmo assim faz a circuncisão de Timóteo, que tinha mãe judia mas, cristã e apenas o pai era grego.

b) Paulo em outras localidades

Atos 19, 1-7: Enquanto Apolo se achava em Corinto, Paulo, depois de percorrer as regiões montanhosas, chegou a Éfeso e lá encontrou alguns discípulos. E perguntou-lhes: “Recebeste o Espírito Santo quando abraçastes a fé?” Eles responderam: “Mas nem sequer ouvimos dizer que existe um Espírito Santo”. Ele continuou: “Então, que batismo recebestes?” Eles replicaram: “O batismo de João”. Paulo explicou: “João dava um batismo de conversão, dizendo ao povo que devia crer naquele que viria depois dele, isto é, em Jesus”. Ouvindo isto, foram batizados no nome do Senhor Jesus. E quando Paulo lhes impôs as mãos, o Espírito Santo desceu sobre eles e começaram a falar em diversas línguas e a profetizar. Eram ao todo cerca de doze pessoas.

Atos 21, 19-21: Depois de saudar a todos, Paulo contou minuciosamente tudo quanto Deus tinha feito entre os pagãos através de seu serviço. Ouvindo isso, glorificaram a Deus e lhe disseram: “Vês, irmão, quantos milhares de judeus abraçaram a fé e, no entanto, são todos cuidadosos observadores da Lei. Mas eles ouviram dizer a teu respeito que ensinas todos os judeus dispersos entre os pagãos a romperem com Moisés, dizendo-lhes que não devem circuncidar seus filhos nem observar as tradições. Que vamos fazer? Sem dúvida, virão a saber de tua chegada. Faze o que te vamos sugerir: há entre nós quatro homens com um voto a cumprir. Leva-os contigo, cumpre com eles o rito da purificação e paga por eles as despesas para raparem a cabeça. Assim, todos saberão que não há nenhum fundamento no que ouviram dizer a teu respeito e que, pelo contrário, vives corretamente observando a Lei. Quanto aos pagãos que abraçaram a fé, comunicamos por escrito o que tínhamos decidido, que se abstenham de carne sacrificada aos ídolos, de carne de animais sufocados, de sangue e de uniões ilegais”. Paulo, então, levou consigo aqueles homens e, no dia seguinte, depois de purificar-se com eles, entrou no Templo para comunicar o término dos dias da purificação, quando seria apresentada a oferta em nome de cada um deles.

Após o vacilo inicial com a circuncisão de Timóteo, Paulo pregava o batismo do Espírito Santo, e coerente continuou defendendo a questão da não circuncisão, como fica demonstrado nessas passagens e nas que se seguem.

c) As recomendações de Paulo por Cartas

Romanos 2, 25-29: A circuncisão é de fato útil, se cumpres a Lei. Mas, se lhe desobedeces, a tua circuncisão se transforma em incircuncisão! Se o que não foi circuncidado observa os mandamentos da Lei, porventura ele não será contado como um dos circuncisos? De fato, quem não é circuncidado fisicamente, mas cumpre a Lei, estará te condenando a ti, que possuis a letra da Lei e a circuncisão e não obstante transgrides a Lei. O verdadeiro judeu não se nota só pelo exterior, assim como a verdadeira circuncisão não está só na marca visível da carne. O verdadeiro judeu é quem o é no seu interior, assim como a verdadeira circuncisão é a do coração, vivida segundo o espírito e não segundo a letra da Lei. Embora ele não seja elogiado pelos homens, é elogiado por Deus.

Romanos 3, 1-2: Portanto, que vantagem tem o judeu, ou que proveito traz a circuncisão? Traz grande proveito, sob todos os aspectos. Em primeiro lugar, porque as palavras divinas lhe foram confiadas.

Romanos 3, 30: Realmente existe um só Deus que justificará, pela fé, os circuncidados e pela mesma fé os que não estão circuncidados.

Romanos 4, 9-12: Esta felicidade valerá só para os circuncidados, ou também para os não circuncidados? De fato, nós afirmamos que a fé de Abraão lhe foi creditada para justificação. Mas como é que ela foi creditada em seu favor? Depois de circuncidado ou antes de circuncidado? Não foi depois da circuncisão, mas antes! De modo que ele recebeu o sinal da circuncisão como selo da justificação, conseguida já antes de circuncidado, por força da fé. Assim é que se tornou o pai de todos os crentes não circuncidados, para que também a eles fosse creditada a justificação. Pai também dos circuncidados: não só dos que pertencem ao povo dos circuncidados, mas também dos que seguem as pegadas da fé que nosso pai, Abraão, tinha antes de ser circuncidado.

Romanos 15, 8-9: Eu vos afirmo, pois, que Cristo se fez servo dos circuncidados como prova de que Deus é fiel em cumprir as promessas feitas aos antepassados. E as nações pagãs glorificam a Deus por sua misericórdia como está escrito: Por isso te glorificarei entre as nações pagãs e cantarei louvores ao teu Nome.

1 Coríntios 7, 17-20: No mais, que cada um continue a viver como Deus lhe deu ou como Deus o chamou. É isto o que ensino em todas as Igrejas. Alguém era circunciso quando foi chamado? Não disfarce a marca da circuncisão. E alguém era incircunciso quando foi chamado? Não se faça circuncidar. A circuncisão é nada, e o prepúcio também; mas o que vale é a observância dos mandamentos de Deus. Que cada um fique na condição em que foi chamado.

Gálatas 2, 3: Ora, nem mesmo Tito, meu companheiro, que é grego foi obrigado a se circuncidar. Ele o seria por causa dos falsos irmãos, intrusos que se tinham infiltrado para espionar a liberdade que possuímos em Cristo Jesus, com a intenção de reduzir-nos à escravidão...

Gálatas 2, 14-16: Então, ao ver que não procedia direito, de acordo com a verdade do Evangelho, eu disse a Cefas na presença de todos: “Se você, que é judeu, segue os costumes pagãos e não os judaicos, como pode obrigar os pagãos a seguir costumes judeus?” Nós, de nascimento, somos judeus e não pecadores do paganismo. No entanto, por sabermos que ninguém é justificado pela prática da Lei, mas somente pela fé em Jesus Cristo, nós abraçamos a fé em Cristo Jesus para sermos justificados em virtude da fé em Cristo e não em virtude da prática da Lei. É que ninguém se tornará justo pela prática da Lei.

Gálatas 5, 2-6: Sim, eu, Paulo, vos digo: Se vos fizerdes circuncidar, Cristo de nada vos servirá. Atesto de novo a todo aquele que se deixa circuncidar que ele está obrigado a observar toda a Lei. Rompestes com Cristo, vós todos que procurais a justiça na Lei; fostes degradados da graça. Quanto a nós é do Espírito e pela fé que aguardamos a justiça esperada, pois em Cristo nem a circuncisão vale coisa alguma, nem a incircuncisão, mas a fé animada pela caridade.

Gálatas 6, 15: Pois ser circuncidado ou não ser, nada importa; o que importa é ser uma nova criatura.

Filipenses 3, 2-3: Cuidado com os cães! Cuidado com os maus operários! Cuidado com os fanáticos da circuncisão! Os circuncisos, somos nós, que em espírito prestamos culto a Deus, que colocamos nossa glória em Cristo Jesus e não depositamos a confiança meramente legal!

Colossenses 2, 8-11: Ficai atentos, para que ninguém vos arme uma cilada com a filosofia, esse erro vazio que segue a tradição dos homens e os elementos do mundo e não segue a Cristo. De fato, é nele que toma corpo toda a plenitude da divindade, e nele participais, repletos de plenitude dele que é a cabeça de toda Autoridade e de todo Poder. Vós fostes também circuncidados nele, com uma circuncisão que não foi efetuada por mãos humanas, mas coma a circuncisão de Cristo, pelo despojamento do corpo carnal.

Em todas as cartas a recomendação básica aos destinatários era a mesma: não havia necessidade de se fazer a circuncisão.

O provável erro Teológico

Isolamos, propositalmente, uma passagem bíblica sobre a circuncisão, pois nesta será necessário colocarmos como a encontramos em diversas Bíblias, já que isso é de fundamental importância para o nosso assunto em análise.

A passagem é de Gálatas 2, 7-10, retiradas das Bíblias:

Edição Barsa, 1ª forma: Antes, pelo contrário, tendo visto que me havia sido encomendado o Evangelho da incircuncisão, como também a Pedro o da circuncisão: (porque o que obrou em Pedro para o apostolado da circuncisão, também obrou em mim para com as gentes) E como Tiago, e Cefas, e João, que pareciam ser as colunas, conheceram a graça que me havia dado, deram as destras a mim, e a Barnabé, em sinal de companhia: para que nós fôssemos aos gentios, e eles à circuncisão: recomendando somente que nos lembrássemos dos pobres, isto mesmo é o que eu também procurei executar com cuidado.

Editora Ave Maria, 2ª forma: Ao contrário, viram que a evangelização dos incircuncisos me era confiada, como a dos circuncisos a Pedro (porque aquele cuja ação fez de Pedro o Apóstolo dos circuncisos, fez também de mim o dos pagãos). Tiago, Cefas e João, que são considerados as colunas, reconhecendo a graça que me foi dada, deram as mãos a mim e a Barnabé em sinal de pleno acordo: iríamos aos pagãos, e eles aos circuncidados. Recomendando-nos apenas que nos lembrássemos dos pobres, o que era precisamente a minha intenção.

Editora Vozes, 3ª forma: Pelo contrário, viram que a mim fora confiada a evangelização dos pagãos, como a Pedro tinha sido confiada a evangelização dos judeus. Pois aquele que incentivou Pedro ao apostolado entre os judeus, incentivou também a mim para o dos pagãos. Tiago, Cefas e João, que são considerados as colunas, reconhecendo a graça que me foi dada, deram as mãos a mim e a Barnabé em sinal de pleno acordo: nós iríamos aos pagãos e eles aos judeus. Recomendaram-nos apenas que nos lembrássemos dos pobres, coisa que procurei fazer com muita solicitude.

Essas são as três formas como a encontramos narradas entre as seis Bíblias por nós pesquisadas. E para que vejam que o nosso entendimento não é isolado, colocaremos algumas notas de rodapé, relacionadas a esta passagem, constantes das Bíblias:

Edição Pastoral: Na segunda vez que vai a Jerusalém (cfe AT 15), Paulo tem duas preocupações: fazer um acordo com Pedro, Tiago e João, para manter a unidade das Igrejas; e ao mesmo tempo, assegurar que os pagãos convertidos não precisem observar a religião judaica. A viagem tem dois resultados importantes: as autoridades da igreja de Jerusalém reconhecem o Evangelho, tal como Paulo e Barnabé o pregam aos pagãos; é feito um acordo prático, delimitando os campos de apostolado de Pedro e de Paulo. O sinal visível desse acordo é a preocupação e o auxílio aos pobres (cf. 2Cor 8-9).

Editora Mundo Cristão: o evangelho da incircuncisão. I.e., o evangelho para os gentios. Paulo era especialmente responsável por espalhar o evangelho entre os gentios (Rm 1;5), e Pedro entre a circuncisão (os judeus).

Quem estiver de posse de uma Bíblia que contém a 1ª forma, pode ser levado a entender que Pedro pregava a circuncisão. Entretanto, pregar aos circuncidados não significa necessariamente advogar a circuncisão. Jesus era judeu e pregava a judeus, entretanto não o vemos citar a necessidade da circuncisão. Na 3ª forma, qualquer dúvida fica dissipada, pois o que as duas anteriores querem significar é exatamente o que consta dela. Assim, não há dúvida alguma que Paulo cuidava de pregar o Evangelho aos gentios (também chamados de incircuncisos) e Pedro ficou com a missão de levá-lo aos judeus (normalmente chamados de circuncisos), apenas isso. Não como querem interpretar alguns que nessa passagem Paulo esteja defendendo a não circuncisão, embora saibamos que ele era contra ela, e Pedro o contrário. Dizem inclusive que havia discórdia entre os dois, mas não é verdade como iremos ver no incidente de Antioquia.

 

O incidente de Antioquia

É um pequeno incidente que ocorreu entre Pedro e Paulo, narrado em Gálatas 2, 11-16:

“No entanto, quando Cefas foi a Antioquia, opus-me a ele abertamente, pois merecia repreensão. Realmente antes que chegassem certas pessoas do partido de Tiago, ele tomava suas refeições com os pagãos. Mas, quando elas chegaram, tirou o corpo e manteve-se afastado por receio dos circuncidados. Os outros judeus também fizeram a mesma simulação; até o próprio Barnabé deixou-se envolver por esta duplicidade. Então, ao ver que não procedia direito, de acordo com a verdade do Evangelho, eu disse a Cefas na presença de todos: ‘Se você, que é judeu, segue os costumes pagãos e não os judaicos, como pode obrigar os pagãos a seguir costumes judeus?’ Nós, de nascimento, somos judeus e não pecadores do paganismo. No entanto, por sabermos que ninguém é justificado pela prática da Lei, mas somente pela fé em Jesus Cristo, nós abraçamos a fé em Cristo Jesus para sermos justificados em virtude da fé em Cristo e não em virtude da prática da Lei”.

Para entender o ocorrido entre os dois vamos recorrer às notas de rodapé, constantes das Bíblias:

Edição Pastoral: Um judeu não podia comer ao lado de um pagão, pois ficaria impuro, violando a Lei. Contudo, no encontro de Jerusalém, fica resolvido que os pagãos convertidos ao cristianismo não precisavam observar a Lei judaica. A atitude de Pedro é hipócrita: por medo de ser criticado pelos judeu-cristãos, ele evita comer com os pagãos convertidos. O fato é grave, pois o comportamento hipócrita de um chefe da Igreja causa divisões, esvazia o trabalho da evangelização, chegando até mesmo a desviar a comunidade do verdadeiro Evangelho.

Editora Ave Maria: Alguns judeus cristãos pensavam que os demais povos ou gentios convertidos deveriam seguir os costumes ou modos de viver dos judeus. S. Pedro e os apóstolos, no entanto, no Concílio de Jerusalém haviam dado aos gentios convertidos a liberdade de seguir os costumes próprios (ver Atos 15, 1-28). S. Pedro seguia esta decisão, considerando os não-judeus convertidos iguais aos demais cristãos. Mas devido a muitas críticas ou pressão de judeus fanáticos, achou prudente não comer mais com os gentios ou pagãos convertidos, para não suscitar críticas ou zangas prejudiciais. São Paulo, no entanto, achou que S. Pedro devia manter-se firme no costume adotado, para que todos vissem que os não-judeus convertidos e os judeus cristãos eram iguais perante o Evangelho. Trata-se, portanto, de um modo externo de agir de S. Pedro, uma questão de prudência ou de energia, por conseguinte de assunto externo, acidental, secundário, e não essencial, doutrinário ou dogmático. S. Pedro aceitou e seguiu a advertência amiga de S. Paulo, comprovando assim que ambos estavam de pleno acordo a este respeito. Aliás nunca houve desacordo doutrinário entre eles. Por este fato acima relatado, S. Paulo até reconhece que a autoridade de S. Pedro era grandemente acatada e de influência entre os cristãos, como chefe da Igreja Universal que era. (N. do Tr.)

Assim, a única divergência ocorrida entre os dois foi a que acabamos de relatar. Não estava ela relacionada com a questão da circuncisão, conforme podemos verificar pelo texto e nas notas citadas.

Conclusão

E, para concluirmos, embora já falamos anteriormente, mas para reforçar a conclusão a que chegamos, acrescentamos que em Atos (10, 9-34) é relatada uma visão de Pedro, que após pensar muito sobre ela, chega à seguinte conclusão: De fato agora compreendo que Deus não faz distinção de pessoas; mas todos os que o adoram e praticam o bem são aceitos por ele, seja qual for a sua nação (Atos 10, 34-35). Ora, esta revelação lhe é dada no início de sua missão apostólica, assim não há como sustentar que ele, depois desta compreensão, venha a querer separar as pessoas entre circuncisos e incircuncisos, como era costume entre os judeus radicais, para exigir que os últimos fossem também circuncidados. O que podemos confirmar pela pesquisa que fizemos no Dicionário Prático constante da Bíblia Sagrada Editora Barsa: Após a visão que recebeu do céu, acolheu o gentio Cornélio dentro da Igreja e decretou que os ritos da Antiga Lei não mais deveriam onerar as consciências dos homens (Atos 10, 1-48; 11, 5-17)

Uma outra coisa que devemos levar em conta, e isso normalmente não é percebido pela grande maioria dos teólogos, é que houve uma divisão entre Pedro e Paulo quanto aos que cada um iria Evangelizar, o primeiro aos judeus e o segundo aos gentios, daí o nome de Apóstolo dos Gentios dado a Paulo. Com o mesmo pensamento, poderíamos dizer que Pedro era o Apóstolo dos Judeus, em Gálatas 2, 7-10, diz exatamente isso. Ora, se Pedro passou a pregar o Evangelho junto aos judeus e esses são os que seguiam a Lei Mosaica, e nela havia a determinação de que toda criança do sexo masculino deveria ser circuncidada no oitavo dia (Levítico 12, 3), como explicar que Pedro estaria exigindo a circuncisão, já que aos que se dirigia certamente já eram circuncidados, a não ser que ele estivesse pregando a crianças com menos de oito dias?

PORTANTO: Não devemos impor "caricaturas judaicas" aos novos conversos ao messianismo-judaico!

 

ESTUDO nº2

DEVE UM GENTIO CIRCUNCIDAR-SE?

Por: Carlos Rocha
Congregação Israelita da Nova Aliança - Guarulhos/SP
roshcarlos@israelitas.com.br



Gentio, que não tem nenhuma ascendência judaica, NÃO DEVE circuncidar-se, sob pena de negar a Yeshua (Jesus), a eficácia de Seu sangue e perder sua salvação. Somente judeus naturais e os que, realmente possuem tal ascendência, podem circuncidar-se, se o desejarem, mas, mesmo assim, nunca para fins de salvação.

"Eis que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará." (Gálatas 5:2)

Os gentios convertidos, obedientes à Torah e unidos a Israel por meio do sangue do Messias, já estão circuncidados no coração e são reconhecidos, por sua obediência:
Se, pois, a incircuncisão guardar os preceitos da lei, porventura, a incircuncisão não será reputada como circuncisão?” (Romanos 2:26, 27)

E, assim, cada um ande como Deus lhe repartiu, cada um, como o Senhor o chamou. É o que ordeno em todas as igrejas. É alguém chamado, estando circuncidado? Fique circuncidado. É alguém chamado, estando incircuncidado? Não se circuncide. A circuncisão é nada, e a incircuncisão nada é, mas, sim, a observância dos mandamentos de Deus.” (1 Cor. 7:17-19)

Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão nem a incircuncisão têm virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura.” (Gálatas 6:15)

Na Nova Aliança e no Mashiach todos são israelitas e circuncisos de coração:
Onde não há grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo em todos.” (Colossenses 3:11)

"Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne. Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não na letra, cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus." (Rm 2:28, 29).

Shaul HaShaliach cincuncidou a Timóteo, para evitar conflito com nossos irmãos judeus naturais, mas Timóteo tinha origem judaica de sangue.

"E chegou a Derbe e Listra. E eis que estava ali um certo discípulo por nome Timóteo, filho de uma judia que era crente, mas de pai grego,.. Paulo quis que este fosse com ele e, tomando-o, o circuncidou, por causa dos judeus que estavam naqueles lugares; porque todos sabiam que seu pai era grego." (Atos 16:1, 3)

Já Tito, que não era judeu, Paulo não quis circuncidá-lo: "Tito estava comigo, mas ele não foi obrigado a circuncidar-se, embora ele não seja judeu. Porém alguns tinham se juntado ao nosso grupo, fazendo de conta que eram irmãos na fé, e queriam circuncidá-lo..." (Gl 2:3, 4 BLH)

Para o judeu natural, de sangue, a circuncisão tem um valor especial no elo com nosso pai Abraão, mas os gentios estabelecem este mesmo elo por meio do sangue de Yeshua, sendo circuncidados no coração.

Que, naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos aos concertos da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo. Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derribando a parede de separação que estava no meio.” (Efésios 2:12-14).

"Qual é, pois, a vantagem do judeu? Ou qual a utilidade da circuncisão? Muita, sob todos os aspectos. Principalmente porque aos judeus foram confiados os oráculos de Deus." (Rm 3:1, 2)

Portanto, se você não é judeu de sangue, não se circuncide! Confie na obra de Yeshua! Mas não fique em instituições protestantes, pois estas, infelizmente, mantém muitos vínculos com a religião papal...
 

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