CIRCUNCISÃO

O que é a berit milá e
como é realizado?
RESPOSTA:
Berit milá é circuncisão. É a mitsvá
positiva de nº 215. Um recém-nascido judeu do sexo masculino junta-se ao
povo judeu através do berit milá, realizado em seu oitavo dia de vida.
"Berit" significa "pacto." A fé de nosso
patriarca Avraham (Abraão) foi testada dez vezes por D'us, após o quê D'us
estava certo de que suas convicções eram inabaláveis. A nona provação foi
remover o excesso de pele de seu órgão masculino, denotando o domínio
espiritual sobre a compulsão primitiva. Depois de todas as dez, Avraham
entrou em um pacto de fé mútua com D'us, que vive para sempre.
Enquanto a Torá estabelece a data do
berit milá para o oitavo dia, se o bebê está doente, com icterícia ou é
prematuro, o berit milá é adiado até que esteja preparado.

Como se realiza o berit
milá?
1. Cirurgia na sala de estar!
O nascimento em casa não é o único
procedimento médico realizado em casa atualmente - os judeus têm realizado
circuncisões no conforto e conveniência de seus lares por milênios. Na
companhia de amigos e da família, o berit milá é realizado por um mohel, um
especialista em circuncisão, que assegura o mínimo de desconforto para o
recém-nascido. Entretanto, devido a problemas de espaço e o fato de que a
maioria das circuncisões é feita pela manhã, geralmente faz-se em sinagogas,
imediatamente após os serviços as preces de Shacharit.
2. Detalhes
Era isso que você queria, não era? Um
berit milá na verdade é bastante higiênico: o bebê é trazido sobre uma
almofada em meio a pompa e circunstância, e colocado no colo de alguém,
geralmente o avô ou o parente mais idoso. Aquele que traz o bebê é chamado
cvater; o que o segura no colo é chamado sandec. São recitados versículos do
sidur, e a pele acima da coroa é puxada levemente em um utensílio de aço
para proteção, e com uma lâmina afiada, o mohel a remove com um rápido golpe
cirúrgico.
É claro que o bebê chora bastante, mas
80% da dor é o choque, e dos 20% de dor, a maior parte deve-se ao frio do
metal. A pele em si é muito tenra, e o corte leva menos que um piscar de
olhos para ser feito, e o processo de cicatrização começa imediatamente. A
maioria das crianças não demonstra sinais de dor após um ou dois dias. Logo
após a circuncisão, o mohel ajuda o processo de cura, aplicando bandagens e
pomadas.
O bebê recém-circuncidado, juntamente com
a almofada, é levantado do colo do sandec e colocado nos braços de outro
dignitário da família, intitulado sandec meumad. Um parente próximo
escolhido pelo orgulhoso papai, geralmente seu próprio pai, recita
versículos adicionais do sidur, e proclama em hebraico: "... e que seu nome
em Israel seja chamado [aqui vai o nome]..." Depois de receber o nome, o
bebê é passado para a mãe, e a família e amigos sentam-se para uma festiva
refeição matinal, pois o berit milá geralmente é realizado pela manhã, tão
cedo quanto possível, denotando entusiasmo pela mitsvá.
Avraham tinha 99 anos quando ele próprio
fez sua circuncisão - teve o autocontrole de um Mestre jedi. Sua mente era
poderosa - ele entendia o que estava fazendo e, conhecendo a importância
crucial do pacto, circuncidou seu primeiro filho, Yishmael, aos treze anos.
Naquele estágio, Yishmael era capaz de fazer perguntas inteligentes. Seu
relacionamento com D'us, portanto, teve início com o intelecto.
O pequeno Yitschac contava apenas oito
dias quando foi circuncidado. Oito é um passo adiante do natural. Sete
simboliza a natureza: a interminável rotina de dias comuns e fins de semana,
alvorada, pôr-do-sol, dia após dia. O oito além disso, simboliza o
sobrenatural. Como um bebê de oito dias, Yitschac não tinha intelecto -
apenas uma percepção vaga e permanente de D'us, gravada em seu subconsciente
desde os primeiros dias. Seu relacionamento com D'us foi iniciado de maneira
sobrenatural.
A sobrevivência do povo judeu é
sobrenatural. Ninguém pode explicá-la. E a própria natureza da nação judaica
é sobrenatural, porque descende não de Yishmael, o racionalista, mas de
Yitschac, o humilde aceitador. Por esta razão, o berit milá é realizado no
Dia Número Oito - o dia que simboliza a eterna sobrenatureza da Nação
Judaica.
Como
diferenciar o "JUDAÍSMO MESSIÂNICO" De Igrejas Pentecostais Disfarçadas?
O Termo "Judaísmo Messiânico" já é controverso, pois
a maioria das vertentes judaicas, afirma que ao crer em Yeshua como Messias,
já descaracteriza o "autêntico Judaísmo", isso em boa parte se explica pelas
inúmeras igrejas Evangélicas Neo-pentecostais, que se apoderaram dos ritos
judaicos, sendo que a grande maioria destas não se importam com as mitzvot,
também é fato que realmente EXISTEM judeus Zelosos da Torah, que crêem em
Yeshua, então como separar as ovelhas de lobos disfarçados?
OBS: Os judeus não vêem em Jesus,
o messias e crêem que devem restaurar o templo, voltar a sacrificar para só
então presenciarem a Vinda (e não a Volta) do messias...
Tentando resolver este impasse, eu vou postar aqui
algumas das atribuições que uma verdadeira sinagoga messianica deve adotar,
tantos para judeus, como para prosélitos:
I - Seguir, Ensinar os 13 principios de Moshe
Maomonides, ou seja:
1. Existência de D'us
D'us é o criador de tudo.
2. Unidade de D'us
D'us é um, e não existe nenhuma unidade que se
assemelha à Sua.
3. Incorporalidade de D'us
D'us não tem corpo e não se Lhe atribui nenhum
conceito físico.
4. Eternidade de D'us
Ele existiu antes que algo existisse, e existirá para
sempre.
5. Intermediação no culto
Só a Ele devemos dirigir as nossas preces.
6. A profecia
Todas as palavras dos nossos Profetas Bíblicos são
verdadeiras.
7. A supremacia da profecia de Moisés
A profecia de Moisés é verdadeira, e ele foi o maior
de todos os profetas.
8. Torah como sendo recebida do céu
A Torah que hoje possuimos é a mesma que foi
transmitida a Moisés.
9. Imutabilidade da Torah
A Torah não será modificada e nunca haverá outra
Torah.
10. Omnisciência da providência divina
D'us conhece todos os actos e pensamentos do homem.
11. Recompensa e punição
D'us recompensa aqueles que observam os mandamentos e
pune aqueles que os transgridem.
12. Vinda do Messias
D'us mandará o Messias (Vide observação acima), e por
mais que tarde, o esperarei todos os dias.
13. Ressurreição dos mortos
Os mortos serão trazidos de volta à vida, quando D'us
quiser que isto aconteça.
II - Adotar a Brit Milah (Circuncisão), Adotar
esse mandamento a todos os seus adeptos, fazendo-os assim descendência de
Avraham.
OBS:
GÁLATAS, CAP 2
20 Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não
mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo -a na
fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim.
GÁLATAS, CAP 3 - VIVEMOS PELA FÉ !!!
26 Porque todos sois filhos de Deus pela fé em
Cristo Jesus;
27 porque todos quantos fostes batizados em Cristo
já vos revestistes de Cristo.
28 Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem
livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.
29 E, se sois de Cristo, então, sois descendência
de Abraão e herdeiros conforme a promessa.
GÁLATAS, CAP 5 - CIRCUNCISÃO DA CARNE?
3 E, de novo, protesto a todo homem que se deixa
circuncidar que está obrigado a guardar toda a lei.
4 Separados estais de Cristo, vós os que vos
justificais pela lei; da graça tendes caído.
5 Porque nós, pelo espírito da fé, aguardamos a
esperança da justiça.
6 Porque, em Jesus Cristo, nem a circuncisão nem a
incircuncisão têm virtude alguma, mas, sim, a fé que opera por caridade.
III -
Descristianizar o Yeshua, desfazendo o trabalho de 2000 anos de mentiras e
idolatria.
OBS: Cremos que a palavra 'cristianismo"
envolve os ritos pagãos que foi miscigenados ao ensinos da igreja do
primeiro século tais como a trindade, dom de profecia e outros mais e por
isto defendemos a RESTAURAÇÃO e jamais uma nova reforma...
A Circuncisão
entre os Primeiros Cristãos
Paulo da Silva Neto Sobrinho
Edição:
O Caminho
Definição de circuncisão
Podemos encontrar o
conceito de circuncisão no Dicionário Prático constante da Bíblia Sagrada,
Edição Barsa: é a ablação da pele que cobre a glande do pênis. Tanto para os
pagãos como para os judeus era cerimônia religiosa. Para os judeus foi
estabelecida por Deus como sinal da aliança com Abraão (Gen 17, 10; At 7,
8). Todos os meninos judeus deviam ser circuncidados no oitavo dia após o
nascimento (Lev 12, 3). Sendo Jesus descendente de Abraão, submeteu-se à
Lei. A mãe, o pai, ou um sacerdote podia operar este rito.
O
que acontecia antes do Concílio de Jerusalém
Verificaremos o que
acontecia antes do Concílio de Jerusalém que resolveu a questão da
circuncisão. Nossos personagens são: Pedro, Paulo e algumas pessoas não
exatamente identificadas, a não ser que eram fariseus da Judéia.
a) Pedro
Atos 2, 38:
Pedro lhes respondeu: “Convertei-vos e cada um peça o batismo em nome de
Jesus Cristo, para conseguir perdão dos pecados. Assim recebereis o dom do
Espírito Santo”
Atos 10, 44-48;
Pedro ainda falava, quando o Espírito Santo desceu sobre todos os que
escutavam seu discurso. Os fiéis de origem judaica, que tinham ido de Jope a
Pedro, ficaram admirados por verem que o dom do Espírito Santo tinha sido
derramado também sobre os não-judeus. De fato, eles os ouviam falar em
diversas línguas e glorificar a Deus. Então Pedro disse: “Quem poderá
recusar a água do batismo a esses, que receberam o Espírito Santo da mesma
forma que nós?” E decidiu que fossem batizados em nome de Jesus Cristo.
Atos 11, 1-3:
Os apóstolos e os irmãos que viviam na Judéia souberam que também os
não-judeus tinham recebido a palavra de Deus. Assim, quando Pedro subiu a
Jerusalém, os fiéis de origem judaica o atacaram, dizendo: “Entraste na casa
de pessoas não circuncidadas e comeste à mesa com eles”.
Não encontramos, em
momento algum qualquer citação de que Pedro pregava a circuncisão. Ele,
inclusive, admitiu como cristãos a família de Cornélio sem exigir a
circuncisão, apenas foram batizados no Espírito Santo (Jesus em espírito),
que consistia na imposição das mãos, conforme podemos ver Paulo fazer (Atos
19, 1-7), que citamos mais abaixo. Pregava o batismo. A única acusação que
recebeu foi de comer com os pagãos, mas se defende: “Vós sabeis que não é
permitido aos judeus reunir-se com estrangeiros e nem sequer aproximar-se
deles. Mas Deus mostrou que não devo considerar ninguém estrangeiro ou
impuro” (Atos 10, 28).
Especificamente quanto ao
batismo era o do Espírito Santo, que consistia na imposição das mãos e
podemos observar esse batismo em Atos 10, 44-48, e confirmar em Atos 11,
15-17: Ora bem, apenas comecei a falar, desceu o Espírito Santo sobre
eles da mesma forma que sobre nós, no princípio. Foi então que me lembrei da
declaração do Senhor, quando disse: “É verdade que João batizou com água,
mas vós sereis batizados no Espírito Santo”. Portanto, se Deus
deu a eles o mesmo dom que a nós, por termos abraçado a fé no Senhor Jesus
Cristo, quem era eu para impedir a ação de Deus?
b) Alguns Convertidos
Atos 15, 1:
Alguns indivíduos que tinham chegado a Judéia começaram a ensinar aos irmãos
o seguinte: “Se vós não receberdes a circuncisão, conforme a lei de Moisés,
não podereis ser salvos”.
Atos 15, 5:
Contudo, algumas pessoas do grupo dos fariseus, que tinham abraçado a fé,
intervieram para sustentar que era preciso circuncidar os pagãos e mandar
que seguissem a lei de Moisés.
Essas passagens são as
que provam que alguns indivíduos do grupo dos fariseus (as pessoas citadas
acima são as mesmas) queriam impor a circuncisão àqueles que se convertiam
ao cristianismo. Entretanto, não existe identificação de quem eles eram,
portanto, não podemos supor que entre eles estava Pedro. Ou que Pedro os
tenha instruído sobre isso, pois viria contrariar o que já colocamos a
respeito da maneira que ele agia. Não vemos nenhuma coerência nisso, pois
como um discípulo direto de Jesus iria propor a circuncisão, já que não
recebeu este ensinamento do Mestre? O mais lógico seria Paulo, judeu por
nascimento, anteriormente fiel cumpridor dos preceitos de Moisés, que
inclusive perseguia os cristãos, exatamente por ter esta convicção, uma vez
que não foi discípulo de Cristo, mas apóstolo. Apesar disso contrariando
essa lógica, era quem mais defendia que não havia necessidade da
circuncisão.
Vejamos o que consta em
nota de rodapé na Bíblia Sagrada, Edição Pastoral, que vem a confirmar o que
estamos dizendo:
“Enraizada no ambiente
judaico e pagão, a Igreja enfrenta o primeiro grande conflito. Os cristãos
provenientes do judaísmo continuavam praticando a circuncisão e observando
as prescrições da Lei Mosaica. A evangelização não obrigava os pagãos
convertidos a esses costumes judaicos. Contudo, alguns de Jerusalém
(fariseus convertidos – cf. v. 5) começaram a ensinar que também os pagãos,
para se salvarem, deviam observar as mesmas coisas que os judeus
convertidos. Em outras palavras, primeiro deviam ser “judaizados” e depois
cristianizados. A questão era muito séria; os costumes judaicos pertencem à
essência da mensagem cristã? Até que ponto a ação missionária da Igreja
transmite o Evangelho, ou confunde o Evangelho com determinado contexto
sociocultural, impondo a um povo a cosmovisão de outro: O Evangelho é
fermento libertador, e não super-estrutura que aprisiona e perverte a alma
de um povo”.
E, como conseqüência
desta divergência, é “convocado” o Concílio de Jerusalém.
c) Paulo
Atos 15, 1-2:
Alguns indivíduos que tinham chegado a Judéia começaram a ensinar aos
irmãos o seguinte: “Se vós não receberdes a circuncisão, conforme a lei de
Moisés, não podereis ser salvos”. Paulo e Barnabé protestaram, travando uma
discussão muito forte com eles. Por isso ficou resolvido que Paulo e
Barnabé, acompanhados de alguns deles, iriam a Jerusalém para tratar a
questão com os apóstolos e os presbíteros.
Tendo chegado a Antioquia
estes fariseus exigiam a circuncisão, entretanto a posição de Paulo (e
Barnabé) quanto a isso fica muito clara nessa passagem. Protestaram contra
os que queriam exigir a circuncisão, daí é que surge o Concílio de
Jerusalém.
O Concílio de
Jerusalém
Aconteceu no ano de 49
d.C, para resolver, de uma vez por todas, a questão da circuncisão dos
pagãos convertidos ao cristianismo. Figuras principais deste Concílio foram
Pedro, Paulo e Tiago, que tiveram oportunidade de expor suas idéias perante
o Concílio, vejamos:
a) Pedro
Atos 15, 7-11:
Depois de uma longa discussão, Pedro se levantou e lhes disse: “Irmãos!
Sabeis que desde muito tempo Deus fez uma escolha entre vós: que os pagãos
ouvissem de minha boca o Evangelho e abraçassem a fé. E Deus, que conhece os
corações, manifestou-se em favor deles, dando-lhes o Espírito Santo do mesmo
modo que a nós, sem fazer nenhuma distinção entre nós e eles, depois de
purificar seus corações pela fé. Por que agora tentais a Deus, impondo aos
discípulos um peso que nem nossos pais nem nós mesmos pudemos suportar? Mais
uma vez: pela graça do Senhor Jesus é que nós cremos ter alcançado a
salvação, exatamente como eles”.
Ao questionar sobre os
que queriam impor aos outros os preceitos da Lei Mosaica, diz que quem agia
desta maneira estava tentando a Deus. E, para ser coerente com o que já
vinha fazendo na prática, não poderia agir de outro modo.
Na pratica Pedro também
não concordava com a imposição de se fazer a circuncisão aos convertidos,
isso fica mais claro quando recorremos à Bíblia Sagrada, Edição Pastoral,
numa de suas notas explicativas, ao rodapé da página:
“O discurso de Pedro é
fundamental e contém a orientação conciliar. Pedro parte de fatos concretos:
ele foi o primeiro evangelizador dos pagãos e compreendeu que Deus não faz
distinção entre pagão e judeu (cf. At. 10, 34, 44-47), mas concede a ambos o
mesmo Espírito Santo que leva o homem a seguir Jesus. Depois, Pedro salienta
que os costumes judaicos são um jugo, isto é, um elemento cultural que não
deve ser imposto aos pagãos, pois o que salva a todos é a graça que leva à
fé em Jesus Cristo. Barnabé e Paulo reforçam o testemunho de Pedro”.
Aqui fica mais evidente
ainda que Pedro e Paulo não eram divergentes quanto à essa questão. E, que,
no princípio, Pedro pregou também aos pagãos.
b) Paulo
Atos 15, 12:
Toda a assembléia ficou em silêncio e escutou a Barnabé e Paulo relatarem
todos os sinais e prodígios que Deus tinha feito entre os pagãos por meio
deles.
Paulo, nesse momento,
relata tudo o que aconteceu a ele e Barnabé quando estavam a divulgar o
Evangelho do Cristo. Aí coloca, com certeza, o que faziam sobre o assunto do
concílio, explicando que eram totalmente contra essa prática.
c) Tiago
Atos 15, 13-20:
Quando acabaram de falar, Tiago tomou a palavra e disse: “Irmãos,
escutai-me! Simão acabou de explicar como Deus, logo de início, se dignou
separar dentre os pagãos um povo consagrado a Ele. Isto concorda com a
palavra dos profetas, porque está escrito: Depois disso, voltarei e
reconstruirei a tenda arruinada de Davi. Reedificarei as suas ruínas e as
reerguerei. Os outros homens irão procurar o Senhor, como também as nações
que foram consagradas pela invocação de meu Nome. Assim fala o Senhor, que
faz essas coisas conhecidas desde os tempos mais antigos. Julgo, por isso,
que deixeis de molestar os que se convertem do paganismo para Deus. Basta
lhes escrever que não se contaminem com a idolatria ou uniões ilegais, nem
tampouco comendo sangue ou carne de animais estrangulados. Porque desde
muito tempo a Lei de Moisés está sendo lida e proclamada todos os sábados
nas sinagogas de cada cidade”.
Tiago, depois de ouvir
Pedro e a Paulo, toma posição favorável a não haver necessidade de
circuncidar os convertidos. Mas, algumas exigências da Lei Mosaica ficaram
ainda em vigor, entretanto não estavam relacionadas ao problema da
circuncisão. Foram elas: abster da carne imolada dos ídolos, do uso do
sangue e da carne de animais estrangulados e das uniões ilegais.
d) Decisão do concílio
Atos 15, 22-29:
Os apóstolos, presbíteros e toda a assembléia resolveram então escolher
entre eles alguns homens e enviá-los a Antioquia junto com Paulo e Barnabé.
Eram eles: Judas, Barsabás e Silas, homens de muito prestígio entre os
irmãos. Por seu intermédio lhes foi enviada a seguinte carta: “Os apóstolos
e presbíteros, vossos irmãos, aos irmãos que moram em Antioquia, na Síria e
na Cilícia, provenientes do paganismo. Saudações. Fomos informados de que
alguns dos nossos, sem nossa autorização, vos foram inquietar com certas
afirmações, criando confusão em vossas mentes. Resolvemos por unanimidade
escolher alguns representantes e enviá-los a vós, junto com nossos queridos
irmãos Barnabé e Paulo. Estes dois têm dedicado suas vidas à causa de Nosso
Senhor Jesus Cristo. Enviamos, pois, Judas e Silas, para vos transmitir de
viva voz as mesmas diretivas. Porque o Espírito Santo e nós mesmos decidimos
não vos impor nenhum outro peso além do indispensável: abster-vos da carne
imolada dos ídolos, do uso do sangue e da carne de animais estrangulados e
das uniões ilegais. Fareis bem evitando isto tudo. Passai bem!”.
A opinião de Tiago acaba
por ser a decisão final do Concílio, que para ficar bem registrada e para
que todos pudessem cumprir a decisão tomada deu origem a uma carta que foi
enviada aos convertidos do paganismo que moravam em Antioquia, na Síria e na
Cilícia.
Acontecimentos após o Concílio de
Jerusalém
a) Paulo em Listra
Atos 16, 1-3:
Paulo chegou a Derbe, depois a Listra. Encontrava-se ali um discípulo
chamado Timóteo, filho de mulher judia mas cristã, e de pai grego. Os irmãos
de Listra e Icônio falavam bem dele. Paulo resolveu que ele o acompanhasse.
Mas antes o circuncidou, por consideração aos judeus daquelas regiões: pois
todos sabiam que seu pai era grego.
Aqui não dá para entender
a atitude de Paulo, vejam bem: além de ser declaradamente contra a
circuncisão, estava, naquele momento, de posse da Carta com a decisão do
Concílio de Jerusalém, mesmo assim faz a circuncisão de Timóteo, que tinha
mãe judia mas, cristã e apenas o pai era grego.
b) Paulo em outras
localidades
Atos 19, 1-7:
Enquanto Apolo se achava em Corinto, Paulo, depois de percorrer as
regiões montanhosas, chegou a Éfeso e lá encontrou alguns discípulos. E
perguntou-lhes: “Recebeste o Espírito Santo quando abraçastes a fé?” Eles
responderam: “Mas nem sequer ouvimos dizer que existe um Espírito Santo”.
Ele continuou: “Então, que batismo recebestes?” Eles replicaram: “O batismo
de João”. Paulo explicou: “João dava um batismo de conversão, dizendo ao
povo que devia crer naquele que viria depois dele, isto é, em Jesus”.
Ouvindo isto, foram batizados no nome do Senhor Jesus. E quando Paulo lhes
impôs as mãos, o Espírito Santo desceu sobre eles e começaram a falar em
diversas línguas e a profetizar. Eram ao todo cerca de doze pessoas.
Atos 21, 19-21:
Depois de saudar a todos, Paulo contou minuciosamente tudo quanto Deus
tinha feito entre os pagãos através de seu serviço. Ouvindo isso,
glorificaram a Deus e lhe disseram: “Vês, irmão, quantos milhares de judeus
abraçaram a fé e, no entanto, são todos cuidadosos observadores da Lei. Mas
eles ouviram dizer a teu respeito que ensinas todos os judeus dispersos
entre os pagãos a romperem com Moisés, dizendo-lhes que não devem
circuncidar seus filhos nem observar as tradições. Que vamos fazer? Sem
dúvida, virão a saber de tua chegada. Faze o que te vamos sugerir: há entre
nós quatro homens com um voto a cumprir. Leva-os contigo, cumpre com eles o
rito da purificação e paga por eles as despesas para raparem a cabeça.
Assim, todos saberão que não há nenhum fundamento no que ouviram dizer a teu
respeito e que, pelo contrário, vives corretamente observando a Lei. Quanto
aos pagãos que abraçaram a fé, comunicamos por escrito o que tínhamos
decidido, que se abstenham de carne sacrificada aos ídolos, de carne de
animais sufocados, de sangue e de uniões ilegais”. Paulo, então, levou
consigo aqueles homens e, no dia seguinte, depois de purificar-se com eles,
entrou no Templo para comunicar o término dos dias da purificação, quando
seria apresentada a oferta em nome de cada um deles.
Após o vacilo inicial com
a circuncisão de Timóteo, Paulo pregava o batismo do Espírito Santo, e
coerente continuou defendendo a questão da não circuncisão, como fica
demonstrado nessas passagens e nas que se seguem.
c) As recomendações de
Paulo por Cartas
Romanos 2, 25-29:
A circuncisão é de fato útil, se cumpres a Lei. Mas, se lhe desobedeces,
a tua circuncisão se transforma em incircuncisão! Se o que não foi
circuncidado observa os mandamentos da Lei, porventura ele não será contado
como um dos circuncisos? De fato, quem não é circuncidado fisicamente, mas
cumpre a Lei, estará te condenando a ti, que possuis a letra da Lei e a
circuncisão e não obstante transgrides a Lei. O verdadeiro judeu não se nota
só pelo exterior, assim como a verdadeira circuncisão não está só na marca
visível da carne. O verdadeiro judeu é quem o é no seu interior, assim como
a verdadeira circuncisão é a do coração, vivida segundo o espírito e não
segundo a letra da Lei. Embora ele não seja elogiado pelos homens, é
elogiado por Deus.
Romanos 3, 1-2:
Portanto, que vantagem tem o judeu, ou que proveito traz a circuncisão?
Traz grande proveito, sob todos os aspectos. Em primeiro lugar, porque as
palavras divinas lhe foram confiadas.
Romanos 3, 30:
Realmente existe um só Deus que justificará, pela fé, os circuncidados e
pela mesma fé os que não estão circuncidados.
Romanos 4, 9-12:
Esta felicidade valerá só para os circuncidados, ou também para os não
circuncidados? De fato, nós afirmamos que a fé de Abraão lhe foi creditada
para justificação. Mas como é que ela foi creditada em seu favor? Depois de
circuncidado ou antes de circuncidado? Não foi depois da circuncisão, mas
antes! De modo que ele recebeu o sinal da circuncisão como selo da
justificação, conseguida já antes de circuncidado, por força da fé. Assim é
que se tornou o pai de todos os crentes não circuncidados, para que também a
eles fosse creditada a justificação. Pai também dos circuncidados: não só
dos que pertencem ao povo dos circuncidados, mas também dos que seguem as
pegadas da fé que nosso pai, Abraão, tinha antes de ser circuncidado.
Romanos 15, 8-9:
Eu vos afirmo, pois, que Cristo se fez servo dos circuncidados como prova de
que Deus é fiel em cumprir as promessas feitas aos antepassados. E as nações
pagãs glorificam a Deus por sua misericórdia como está escrito: Por isso te
glorificarei entre as nações pagãs e cantarei louvores ao teu Nome.
1 Coríntios 7, 17-20:
No mais, que cada um continue a viver como Deus lhe deu ou como Deus o
chamou. É isto o que ensino em todas as Igrejas. Alguém era circunciso
quando foi chamado? Não disfarce a marca da circuncisão. E alguém era
incircunciso quando foi chamado? Não se faça circuncidar. A circuncisão é
nada, e o prepúcio também; mas o que vale é a observância dos mandamentos de
Deus. Que cada um fique na condição em que foi chamado.
Gálatas 2, 3:
Ora, nem mesmo Tito, meu companheiro, que é grego foi obrigado a se
circuncidar. Ele o seria por causa dos falsos irmãos, intrusos que se tinham
infiltrado para espionar a liberdade que possuímos em Cristo Jesus, com a
intenção de reduzir-nos à escravidão...
Gálatas 2, 14-16:
Então, ao ver que não procedia direito, de acordo com a verdade do
Evangelho, eu disse a Cefas na presença de todos: “Se você, que é judeu,
segue os costumes pagãos e não os judaicos, como pode obrigar os pagãos a
seguir costumes judeus?” Nós, de nascimento, somos judeus e não pecadores do
paganismo. No entanto, por sabermos que ninguém é justificado pela prática
da Lei, mas somente pela fé em Jesus Cristo, nós abraçamos a fé em Cristo
Jesus para sermos justificados em virtude da fé em Cristo e não em virtude
da prática da Lei. É que ninguém se tornará justo pela prática da Lei.
Gálatas 5, 2-6:
Sim, eu, Paulo, vos digo: Se vos fizerdes circuncidar, Cristo de nada vos
servirá. Atesto de novo a todo aquele que se deixa circuncidar que ele está
obrigado a observar toda a Lei. Rompestes com Cristo, vós todos que
procurais a justiça na Lei; fostes degradados da graça. Quanto a nós é do
Espírito e pela fé que aguardamos a justiça esperada, pois em Cristo nem a
circuncisão vale coisa alguma, nem a incircuncisão, mas a fé animada pela
caridade.
Gálatas 6, 15:
Pois ser circuncidado ou não ser, nada importa; o que importa é ser uma nova
criatura.
Filipenses 3, 2-3:
Cuidado com os cães! Cuidado com os maus operários! Cuidado com os fanáticos
da circuncisão! Os circuncisos, somos nós, que em espírito prestamos culto a
Deus, que colocamos nossa glória em Cristo Jesus e não depositamos a
confiança meramente legal!
Colossenses 2, 8-11:
Ficai atentos, para que ninguém vos arme uma cilada com a filosofia, esse
erro vazio que segue a tradição dos homens e os elementos do mundo e não
segue a Cristo. De fato, é nele que toma corpo toda a plenitude da
divindade, e nele participais, repletos de plenitude dele que é a cabeça de
toda Autoridade e de todo Poder. Vós fostes também circuncidados nele, com
uma circuncisão que não foi efetuada por mãos humanas, mas coma a
circuncisão de Cristo, pelo despojamento do corpo carnal.
Em todas as cartas a
recomendação básica aos destinatários era a mesma: não havia necessidade de
se fazer a circuncisão.
O
provável erro Teológico
Isolamos,
propositalmente, uma passagem bíblica sobre a circuncisão, pois nesta será
necessário colocarmos como a encontramos em diversas Bíblias, já que isso é
de fundamental importância para o nosso assunto em análise.
A passagem é de Gálatas
2, 7-10, retiradas das Bíblias:
Edição Barsa, 1ª forma:
Antes, pelo contrário, tendo visto que me havia sido encomendado o
Evangelho da incircuncisão, como também a Pedro o da circuncisão:
(porque o que obrou em Pedro para o apostolado da circuncisão, também obrou
em mim para com as gentes) E como Tiago, e Cefas, e João, que pareciam ser
as colunas, conheceram a graça que me havia dado, deram as destras a mim, e
a Barnabé, em sinal de companhia: para que nós fôssemos aos gentios, e eles
à circuncisão: recomendando somente que nos lembrássemos dos pobres, isto
mesmo é o que eu também procurei executar com cuidado.
Editora Ave Maria, 2ª
forma:
Ao contrário, viram que a evangelização dos incircuncisos me era confiada,
como a dos circuncisos a Pedro (porque aquele cuja ação fez de Pedro
o Apóstolo dos circuncisos, fez também de mim o dos pagãos). Tiago, Cefas e
João, que são considerados as colunas, reconhecendo a graça que me foi dada,
deram as mãos a mim e a Barnabé em sinal de pleno acordo: iríamos aos
pagãos, e eles aos circuncidados. Recomendando-nos apenas que nos
lembrássemos dos pobres, o que era precisamente a minha intenção.
Editora Vozes, 3ª forma:
Pelo contrário, viram que a mim fora confiada a evangelização dos
pagãos, como a Pedro tinha sido confiada a evangelização dos judeus.
Pois aquele que incentivou Pedro ao apostolado entre os judeus, incentivou
também a mim para o dos pagãos. Tiago, Cefas e João, que são considerados as
colunas, reconhecendo a graça que me foi dada, deram as mãos a mim e a
Barnabé em sinal de pleno acordo: nós iríamos aos pagãos e eles aos judeus.
Recomendaram-nos apenas que nos lembrássemos dos pobres, coisa que procurei
fazer com muita solicitude.
Essas são as três formas
como a encontramos narradas entre as seis Bíblias por nós pesquisadas. E
para que vejam que o nosso entendimento não é isolado, colocaremos algumas
notas de rodapé, relacionadas a esta passagem, constantes das Bíblias:
Edição Pastoral:
Na segunda vez que vai a Jerusalém (cfe AT 15), Paulo tem duas preocupações:
fazer um acordo com Pedro, Tiago e João, para manter a unidade das Igrejas;
e ao mesmo tempo, assegurar que os pagãos convertidos não precisem observar
a religião judaica. A viagem tem dois resultados importantes: as autoridades
da igreja de Jerusalém reconhecem o Evangelho, tal como Paulo e Barnabé o
pregam aos pagãos; é feito um acordo prático, delimitando os campos de
apostolado de Pedro e de Paulo. O sinal visível desse acordo é a preocupação
e o auxílio aos pobres (cf. 2Cor 8-9).
Editora Mundo Cristão:
o evangelho da incircuncisão. I.e., o evangelho para os gentios.
Paulo era especialmente responsável por espalhar o evangelho entre os
gentios (Rm 1;5), e Pedro entre a circuncisão (os judeus).
Quem estiver de posse de
uma Bíblia que contém a 1ª forma, pode ser levado a entender que Pedro
pregava a circuncisão. Entretanto, pregar aos circuncidados não significa
necessariamente advogar a circuncisão. Jesus era judeu e pregava a judeus,
entretanto não o vemos citar a necessidade da circuncisão. Na 3ª forma,
qualquer dúvida fica dissipada, pois o que as duas anteriores querem
significar é exatamente o que consta dela. Assim, não há dúvida alguma que
Paulo cuidava de pregar o Evangelho aos gentios (também chamados de
incircuncisos) e Pedro ficou com a missão de levá-lo aos judeus (normalmente
chamados de circuncisos), apenas isso. Não como querem interpretar alguns
que nessa passagem Paulo esteja defendendo a não circuncisão, embora
saibamos que ele era contra ela, e Pedro o contrário. Dizem inclusive que
havia discórdia entre os dois, mas não é verdade como iremos ver no
incidente de Antioquia.
O
incidente de Antioquia
É um pequeno incidente
que ocorreu entre Pedro e Paulo, narrado em Gálatas 2, 11-16:
“No entanto, quando Cefas
foi a Antioquia, opus-me a ele abertamente, pois merecia repreensão.
Realmente antes que chegassem certas pessoas do partido de Tiago, ele tomava
suas refeições com os pagãos. Mas, quando elas chegaram, tirou o corpo e
manteve-se afastado por receio dos circuncidados. Os outros judeus também
fizeram a mesma simulação; até o próprio Barnabé deixou-se envolver por esta
duplicidade. Então, ao ver que não procedia direito, de acordo com a verdade
do Evangelho, eu disse a Cefas na presença de todos: ‘Se você, que é judeu,
segue os costumes pagãos e não os judaicos, como pode obrigar os pagãos a
seguir costumes judeus?’ Nós, de nascimento, somos judeus e não pecadores do
paganismo. No entanto, por sabermos que ninguém é justificado pela prática
da Lei, mas somente pela fé em Jesus Cristo, nós abraçamos a fé em Cristo
Jesus para sermos justificados em virtude da fé em Cristo e não em virtude
da prática da Lei”.
Para entender o ocorrido
entre os dois vamos recorrer às notas de rodapé, constantes das Bíblias:
Edição Pastoral:
Um judeu não podia comer ao lado de um pagão, pois ficaria impuro, violando
a Lei. Contudo, no encontro de Jerusalém, fica resolvido que os pagãos
convertidos ao cristianismo não precisavam observar a Lei judaica. A atitude
de Pedro é hipócrita: por medo de ser criticado pelos judeu-cristãos, ele
evita comer com os pagãos convertidos. O fato é grave, pois o comportamento
hipócrita de um chefe da Igreja causa divisões, esvazia o trabalho da
evangelização, chegando até mesmo a desviar a comunidade do verdadeiro
Evangelho.
Editora Ave Maria:
Alguns judeus cristãos pensavam que os demais povos ou gentios convertidos
deveriam seguir os costumes ou modos de viver dos judeus. S. Pedro e os
apóstolos, no entanto, no Concílio de Jerusalém haviam dado aos gentios
convertidos a liberdade de seguir os costumes próprios (ver Atos 15, 1-28).
S. Pedro seguia esta decisão, considerando os não-judeus convertidos iguais
aos demais cristãos. Mas devido a muitas críticas ou pressão de judeus
fanáticos, achou prudente não comer mais com os gentios ou pagãos
convertidos, para não suscitar críticas ou zangas prejudiciais. São Paulo,
no entanto, achou que S. Pedro devia manter-se firme no costume adotado,
para que todos vissem que os não-judeus convertidos e os judeus cristãos
eram iguais perante o Evangelho. Trata-se, portanto, de um modo externo de
agir de S. Pedro, uma questão de prudência ou de energia, por conseguinte de
assunto externo, acidental, secundário, e não essencial, doutrinário ou
dogmático. S. Pedro aceitou e seguiu a advertência amiga de S. Paulo,
comprovando assim que ambos estavam de pleno acordo a este respeito. Aliás
nunca houve desacordo doutrinário entre eles. Por este fato acima relatado,
S. Paulo até reconhece que a autoridade de S. Pedro era grandemente acatada
e de influência entre os cristãos, como chefe da Igreja Universal que era.
(N. do Tr.)
Assim, a única
divergência ocorrida entre os dois foi a que acabamos de relatar. Não estava
ela relacionada com a questão da circuncisão, conforme podemos verificar
pelo texto e nas notas citadas.
Conclusão
E, para concluirmos,
embora já falamos anteriormente, mas para reforçar a conclusão a que
chegamos, acrescentamos que em Atos (10, 9-34) é relatada uma visão de
Pedro, que após pensar muito sobre ela, chega à seguinte conclusão: De
fato agora compreendo que Deus não faz distinção de pessoas; mas todos os
que o adoram e praticam o bem são aceitos por ele, seja qual for a sua nação
(Atos 10, 34-35). Ora, esta revelação lhe é dada no início de sua missão
apostólica, assim não há como sustentar que ele, depois desta compreensão,
venha a querer separar as pessoas entre circuncisos e incircuncisos, como
era costume entre os judeus radicais, para exigir que os últimos fossem
também circuncidados. O que podemos confirmar pela pesquisa que fizemos no
Dicionário Prático constante da Bíblia Sagrada Editora Barsa: Após a visão
que recebeu do céu, acolheu o gentio Cornélio dentro da Igreja e decretou
que os ritos da Antiga Lei não mais deveriam onerar as consciências dos
homens (Atos 10, 1-48; 11, 5-17)
Uma outra coisa que
devemos levar em conta, e isso normalmente não é percebido pela grande
maioria dos teólogos, é que houve uma divisão entre Pedro e Paulo quanto aos
que cada um iria Evangelizar, o primeiro aos judeus e o segundo aos gentios,
daí o nome de Apóstolo dos Gentios dado a Paulo. Com o mesmo pensamento,
poderíamos dizer que Pedro era o Apóstolo dos Judeus, em Gálatas 2, 7-10,
diz exatamente isso. Ora, se Pedro passou a pregar o Evangelho junto aos
judeus e esses são os que seguiam a Lei Mosaica, e nela havia a determinação
de que toda criança do sexo masculino deveria ser circuncidada no oitavo dia
(Levítico 12, 3), como explicar que Pedro estaria exigindo a circuncisão, já
que aos que se dirigia certamente já eram circuncidados, a não ser que ele
estivesse pregando a crianças com menos de oito dias?
PORTANTO:
Não devemos impor "caricaturas judaicas" aos novos conversos ao
messianismo-judaico!
ESTUDO nº2
DEVE UM GENTIO
CIRCUNCIDAR-SE?
Por: Carlos Rocha
Congregação Israelita da Nova Aliança - Guarulhos/SP
roshcarlos@israelitas.com.br
Gentio, que não tem nenhuma ascendência judaica, NÃO DEVE circuncidar-se,
sob pena de negar a Yeshua (Jesus), a eficácia de Seu sangue e perder sua
salvação. Somente judeus naturais e os que, realmente possuem tal
ascendência, podem circuncidar-se, se o desejarem, mas, mesmo assim, nunca
para fins de salvação.
"Eis que eu, Paulo, vos digo que, se
vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará." (Gálatas
5:2)
Os gentios convertidos, obedientes à
Torah e unidos a Israel por meio do sangue do Messias, já estão
circuncidados no coração e são reconhecidos, por sua obediência:
”Se, pois, a incircuncisão guardar os preceitos da lei, porventura, a
incircuncisão não será reputada como circuncisão?” (Romanos 2:26, 27)
”E, assim, cada um ande como Deus
lhe repartiu, cada um, como o Senhor o chamou. É o que ordeno em todas as
igrejas. É alguém chamado, estando circuncidado? Fique circuncidado. É
alguém chamado, estando incircuncidado? Não se circuncide. A circuncisão é
nada, e a incircuncisão nada é, mas, sim, a observância dos mandamentos de
Deus.” (1 Cor. 7:17-19)
”Porque, em Cristo Jesus, nem a
circuncisão nem a incircuncisão têm virtude alguma, mas sim o ser uma nova
criatura.” (Gálatas 6:15)
Na Nova Aliança e no Mashiach todos são
israelitas e circuncisos de coração:
“Onde não há grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro,
cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo em todos.” (Colossenses 3:11)
"Porque não é judeu o que o é
exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne. Mas é
judeu o que o é no interior, e circuncisão, a que é do coração, no espírito,
não na letra, cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus." (Rm 2:28,
29).
Shaul HaShaliach cincuncidou a Timóteo,
para evitar conflito com nossos irmãos judeus naturais, mas Timóteo tinha
origem judaica de sangue.
"E chegou a Derbe e Listra. E eis
que estava ali um certo discípulo por nome Timóteo, filho de uma judia que
era crente, mas de pai grego,.. Paulo quis que este fosse com ele e,
tomando-o, o circuncidou, por causa dos judeus que estavam naqueles lugares;
porque todos sabiam que seu pai era grego." (Atos 16:1, 3)
Já Tito, que não era judeu, Paulo não
quis circuncidá-lo: "Tito estava comigo, mas ele não foi obrigado a
circuncidar-se, embora ele não seja judeu. Porém alguns tinham se juntado ao
nosso grupo, fazendo de conta que eram irmãos na fé, e queriam
circuncidá-lo..." (Gl 2:3, 4 BLH)
Para o judeu natural, de sangue, a
circuncisão tem um valor especial no elo com nosso pai Abraão, mas os
gentios estabelecem este mesmo elo por meio do sangue de Yeshua, sendo
circuncidados no coração.
“Que, naquele tempo, estáveis sem
Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos aos concertos da
promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo. Mas, agora, em Cristo
Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes
perto. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e,
derribando a parede de separação que estava no meio.” (Efésios 2:12-14).
"Qual é, pois, a vantagem do judeu?
Ou qual a utilidade da circuncisão? Muita, sob todos os aspectos.
Principalmente porque aos judeus foram confiados os oráculos de Deus."
(Rm 3:1, 2)
Portanto, se você não é judeu de
sangue, não se circuncide! Confie na obra de Yeshua! Mas não fique em
instituições protestantes, pois estas, infelizmente, mantém muitos vínculos
com a religião papal...
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