Hag
- Festa, Festa Religiosa
(Hagag) é
um verbo que significa: “Festejar” deriva provavelmente da raiz
“houng” que significa “círculo”, de onde vem a idéia de fazer uma
roda, dançar evocando o rito das danças Sagradas, ou de andar em
volta de um altar sacrificial, um rito de peregrinação quase
universal.
A idéia
básica é: Observar uma festa ou celebrar um dia de “santificação”.
Ordem de Deus para Faraó. “Depois foram Moisés e Arão e disseram a
Faraó: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: deixa ir o meu povo,
para que me celebre uma Festa no deserto.” (Ex 5:1)
O
Substantivo “Hag” designa as vocações Sagradas durante as
quais são realizados os ritos próprios de cada solenidade. Na Bíblia
“todas as Festas” tem como origem um mandamento de Adonai, mesmo quando
suas raízes se encontram nos ciclos da natureza e das estações. O
Mandamento é usado para expressar autoridade Divina.
Todos
esses dias estão baseados em Mandamentos específicos da Torah e será
como memorial; no hebraico é “Zikarôm”.
“Este
dia vos será por memorial, e celebrá-lo-eis por Festa ao Senhor;
nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo.”(Ex 12:14)
“Dize
aos filhos de Israel: No sétimo mês, ao primeiro do mês, tereis descanso
solene, um memorial com som de trombeta, santa convocação.”(Lv
23:24)
Este é um
termo técnico muito preciso mediante o que as pessoas tem em sua
memória avivada, trazendo a lembrança à essência do culto religioso
para proveito do homem.
- A raiz
da palavra memorial significa: Ferroar, espinhar, fazendo-nos lembrar o
que foi dito. Aquilo que espinhar, penetra ou estimula a mente e
serve-nos de lembrete.
Exemplo: A Páscoa faz-nos lembrar como o Senhor poupou o seu povo,
tirando-os das mãos de Faraó. “Portanto, guardai isto por estatuto
para vós e para os vossos filhos, para sempre. Quando tiverdes entrado
na terra que o Senhor vos dará, como tem dito, guardareis esta
cerimônia. Quando vossos filhos vos perguntarem: Que cerimônia é esta?
Respondereis: Este é o sacrifício da Páscoa ao Senhor, que passou por
cima das casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu os egípcio, e
livrou as nossas casas. Então o povo se inclinou e adorou.” (Ex
12:24-27)
No
Novo Testamento a palavra Memorial aparece por três vezes.
1º.
A Mulher que ungiu a Yeshua com ungüento caro, preparando o seu corpo
para sepultamento. O Memorial servirá em favor dela (Cf Mt 26:13)
2º.
Oração do justo Cornélio servirá de perene Memorial em favor dele.
(Cf At 10:4)
3º.
Todas as vezes que celebramos a “ceia” temos o propósito de
relembrar, trazer a memória à pessoa de Yeshua. (Cf
Lc 22:19) (I Co 11:24-25)
As
Memórias servem para destacar aquilo que é importante do comum. O
Shabat é relacionada no Decálogo como um memorial.“Lembra-te
do dia de sábado, para o santificar”. (Ex 20:8)
A
primeira Festa citada no Código de Santidade é o “Shabat”. “Disse o
Senhor a Moisés: Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: As festas fixas
do Senhor, que proclamareis, serão santas convocações; são estas as
minhas festas. Seis dias trabalhareis, mas o sétimo será o sábado do
descanso solene, santa convocação; nenhuma obra fareis; é sábado
do Senhor em todas as vossas moradas.” (Lv 23:1-3).
O
Sábado vem à frente, como a primeira Festa, como que encabeçando, ou
melhor, convencendo o homem e persuadindo-o, a um objetivo único
“Santidade”. “... sem a santificação ninguém verá o Senhor.”
(Hb 12:14b)
A guarda
do Sábado é um dia de “Festa” onde devemos “honrar” esse dia que nos é
dado pelo Criador como um presente, uma dádiva dos céus. O “Shabat”
significa no hebraico descansar, cessar algo que se estava fazendo,
repouso.
Em Êxodo
20:10 o mandamento associa a guarda do “Shabat” ao fato do próprio Deus
ter descansado no sétimo dia, depois de seis dias de trabalho. (Cf Gn
2:2-3)
O Sábado,
portanto é um convite a reconhecer a “Soberania de Deus”.
O Sábado
é um sinal da Aliança de Deus com o homem. “Os filhos de
Israel guardarão o sábado, celebrando-o nas suas gerações por aliança
perpétua. Entre Mim e os filhos de Israel será ele um sinal para
sempre, pois em seis dias fez o Senhor o céu e a terra e ao sétimo dia
descansou e tomou alento.” (Ex 31:16-17) (Cf Ez 20:12)
Após o
“Shabat” haver terminado, a “havdalá” é dita. A palavra
“havdalá” significa: “separação”. A cerimônia deve ser
realizada para assinalar a divisão entre o “Shabat” (que é santo)
e o resto da semana que são dias comuns.
Podemos
compreender bem, a profundidade desta cerimônia, e a necessidade que
temos como povo de Deus de colocá-la em prática; porque a cada semana
que guardamos o “Shabat”, estamos profetizando que iremos
separar com firmeza aquilo que é santo do profano. O profeta
Ezequiel, quando fala da “Restauração”, ele deixa bem claro que a tarefa
dos sacerdotes e levitas é ensinar o povo à diferença, a divisar e
identificar entre o Santo e o profano.
“O meu
povo ensinarão a distinguir entre o Santo e o profano, e o farão
discernir entre o impuro e o puro.” (Ez 44:23)
Assim
sendo, as celebrações bíblicas que estão prescritas na Torah são tão
necessárias para nós, que ao voltarmos a celebrá-las como fazia a Igreja
primitiva, deve ser considerado uma honra, um privilégio como também
um grande benefício espiritual individual e coletivo para o povo de
Deus.
“...
As minhas leis e os meus estatutos em todas as minhas festas fixas
guardarão, e os meus sábados santificarão.” (Ez 44:24b)
Zacarias
profetiza que as nações celebrarão as Festas. Então compreendemos que
elas são determinadas pelo Senhor não apenas para os judeus, como também
para os gentios. “Então todos os que restarem de todas as
nações que vieram contra Jerusalém, subirão de ano em ano para adorar o
Rei, o Senhor dos Exércitos, e celebrar a Festa dos Tabernáculos.
Se alguma das famílias da terra não subir a Jerusalém, para adorar o
Rei, o Senhor dos Exércitos, não virá sobre ela a chuva. Se a família
dos egípcios não subir, nem vier, cairá sobre eles a praga, com que o
Senhor ferirá as nações que não subirem a celebrar a Festa dos
Tabernáculos. Este será o castigo dos egípcios e o castigo de todas
as nações que não subirem a celebrar a Festa dos Tabernáculos.”(Zc
14:16-19)
O profeta
Jeremias no capítulo quatorze e quinze compartilha da indignação de
Adonai por causa dos pecados do povo. O Senhor estava irado,
principalmente com os líderes, pois não ensinavam o seu povo separar o
santo do profano. Porque o modelo de serviço dos líderes é o
interesse próprio. A Bíblia Sagrada classifica esse comportamento
como aquele que busca alguma coisa de valor para si mesmo, e não visa o
bem estar da comunidade. (Cf Ez 34:2)
O ensino
de Yeshua está em perfeita harmonia com a Torah e os profetas, cujo
objetivo é orientar e encaminhar o homem, a fim de que seu comportamento
seja modificado; a alma tratada. A principal coisa na Restauração da
Fé Bíblica é a recuperação, o conserto, pondo em bom estado as nossas
almas.
Yeshua
diz assim: “... Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si
mesmo...”. (Mt 16:26a)
“...
renuncie-se a si mesmo...”. É aquele que conseguir libertar-se do
seu próprio “Eu” (ego); pode então servir ao Senhor
completamente. O ego é a personalidade do indivíduo, a alma
humana.
A segunda
ordenança de Yeshua é: “... tome a sua cruz e siga-me.” (Mt
16:24b)
Para
entendermos melhor a citação do Senhor a respeito da “cruz”, vejamos o
contexto histórico da época. Quando Yeshua era criança, tinha acabado de
voltar do exílio no Egito com seus pais, que haviam fugido do furor
assassino de Herodes, (Cf Mt 2:13-16) havia explodido a revolta de Judas
o Galileu; todo o grupo de pessoas unidas a ele contra as determinações
de Roma (ano 6 d.C) foram impiedosamente reprimidos pelo governo romano,
e a cruz foi o instrumento de tortura usado para que dois mil
homens fossem crucificados. Você encontra no livro de Atos dos apóstolos
Gamaliel se referindo a Judas o Galileu. (Cf At 5:37)
Não
devemos nos esquecer que a “cruz” é ferramenta de tortura dos romanos e
de outros povos produzindo violência física. A ocupação militar romana
executava seus condenados à morte com uma lei de escravo. Assim fizeram
com nosso rabino Yeshua HaMashiach.
Hoje,
Roma e outras nações pagãs, não usam a cruz física para submeter
seus oponentes à morte. Porém, lança um dardo espiritual inflamado tão
poderoso, que é capaz de aprisionar os homens a eles mesmos e aos
seus ídolos.
A
conseqüência é o cativeiro do ser humano às suas doutrinas filosóficas
pagãs, ao misticismo, vivendo num mundo imaginário. Tudo isso produz
intenso sofrimento moral, muita angústia que pode gerar a morte. Esta é
uma forma sutil, porém, violenta de submeter às pessoas a tortura.
O profeta
Jeremias recebeu do Senhor uma amarga responsabilidade: retornar com
o povo de Deus para a sua Palavra, principalmente para a Torah.
“Portanto assim diz o Senhor: Se tu voltares, então te trarei, e
me servirás...”. (Jr 15:19a)
Para que
isto acontecesse, seria necessário um processo de refinamento
(ato de separar uma substância dos elementos que lhe são estranhos,
purificar) através do juízo de Adonai (cativeiro babilônico) a fim de
separar a escória do verdadeiro e precioso metal, como a prata e o ouro.
“... se apartares o precioso do vil, serás o meu porta-voz...”
(Jr 15:19b)
Se, obedecermos ao Senhor e
confessarmos os nossos pecados, principalmente a nossa infidelidade,
como reconheceu Esdras e Neemias, os líderes do período da Restauração;
(Cf Ed 9:1-15) (Ne 9:1-38) com certeza o Eterno nos ouvirá e ficaremos
livres dos juízos do Senhor.
Porque Deus insiste tanto na
celebração das Festas?
Primeiro: Porque as celebrações
Bíblicas nos restituem o nosso Direito de Unidade da nossa Fé com
Israel, acertando assim a nossa situação jurídica que estava
pendente, pois, a Lei (Torah) prescreve: “... as Festas do Senhor,
que proclamareis como santas convocações são estas.” (Lv 23:2)
Se
deixarmos de cumprir a ordenança do Eterno, a nossa situação relativa ao
direito fica como que pendurada, pendente, mais inclinada para a queda
que qualquer outra coisa. Se obedecermos ao que está prescrito,
entramos em acordo com as normas da Torah e então ganhamos a estima,
a regeneração moral perante Israel, nossos verdadeiros pais espirituais,
podendo assim cumprir em nossa vida as palavras do profeta Malaquias.
“Lembrai-vos da Lei de Moisés, meu servo, a qual lhe mandei em Horebe,
para todo o Israel, os estatutos e juízos. Vede, Eu vos enviarei o
profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível do Senhor. Ele
converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos aos
pais, para que Eu não venha e fira a terra com maldição.” (Ml
4:4-6)
A
devolução do nosso Direito de Unidade da nossa Fé com Israel é um bem
muito precioso que teremos de volta, que retornará às mãos da Igreja de
Yeshua.
Vejamos
no livro de Bereshit (Gênesis) para tentarmos entender com base bíblica
o que estamos afirmando.
“Então
o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre o homem, e este adormeceu;
tomou, então uma das suas costelas, e fechou a carne em seu
lugar. Então da costela que o Senhor Deus tomou do homem, formou
a mulher, e a trouxe ao homem.” (Gn 2:21-22)
Os
Rabinos ensinam que o fato de a mulher ter sido tirada do corpo do homem
explica o desejo que “Ele” possui de estar unido a ela. Então
podemos afirmar que a unidade entre os dois foi celebrada e determinada
pelo Eterno desde a criação da mulher. O apóstolo Paulo escrevendo
aos Efésios ele diz assim: “Afinal de contas, nunca ninguém odiou
a sua própria carne, antes a alimenta e sustenta, como também o
Senhor à Igreja; pois somos membros do seu corpo. Por isso
deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e se unirá a sua mulher, e serão
os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu me refiro a
Yeshua e a Igreja.” (Ef 5:29-32)
O
Mistério que o apóstolo está se referindo, consiste na Restauração
da unidade entre Israel e a Igreja, antes, uma revelação oculta,
mas agora descoberta e declarada.
E
porque a mulher foi tirada de uma costela, de um osso? Para chamar a
nossa atenção em relação quanto a nossa Vocação Sacerdotal, nosso
chamado espiritual. Nosso chamado está limitado a um corpo e no
interior dele.
“Disse
o homem: Esta é agora osso dos meus ossos, carne da minha carne; ela
será chamada mulher, pois do homem foi tomada.” (Gn 2:23)
Tradução
Original: “... Esta aqui, esta vez, é osso dos meus
ossos, carne da minha carne e esta será chamada mulher, pois do
homem foi tomada.” Esta no hebraico é “zôt” é empregado três
vezes neste versículo para marcar a alegria do homem quando ele
recebe sua mulher. Ele a acolhe com uma tríplice benção: “...
Esta aqui, esta vez é osso dos meus ossos... esta será
chamada mulher”.
O corpo é
sustentado pelo arcabouço (esqueleto) os ossos. Assim, podemos afirmar
que nos “ossos” está a estrutura da Igreja; e que o seu chamado é
limitado a um corpo e no interior dele. Quando o Rei Davi consolidou o
Reino e o poder sobre todo o Israel, ele unificou o reino,
reunindo-o como um só corpo. (Atenção: O Reino de Davi simboliza
o reino de Yeshua, firme, forte, sólido e durável; e Ele fará convergir
todos para um só fim). Os anciões de Israel, representantes das tribos,
vieram a Davi que estava em Hebrom, porque reconheceram a sua autoridade
sobre toda a nação. A Bíblia diz que uma multidão juntou-se ao grupo e
assim ocorreu uma grande assembléia, com numerosos representantes vindos
de todo o país, a fim de dar posse a rei. “Dia a dia vinha Davi para
o ajudar, até que se fez um grande exército, como o exército do céu.
Ora estes são os números dos chefes armados para a peleja, que vieram a
Davi em Hebrom, para transferir a ele o reino de Saul, conforme a
Palavra do Senhor.” (I Cr 12:22-23)
A aliança
foi selada com os mesmos termos usados pelo homem para marcar a sua
alegria quando ele recebeu a sua mulher.
“Todo
o Israel se ajuntou a Davi em Hebrom, e disse: Somos teus ossos e tua
carne.”
(II Sm 5:1) (Cf I Cr 11:1)
Cremos
irmãos, que Adonai não aceitará, outro termo de compromisso para
selar a unidade entre Israel e Igreja a não ser o que já foi
estabelecido na sua palavra. “... Esta aqui, esta vez,
é osso dos meus ossos, carne da minha carne e esta será
chamada mulher, pois do homem foi tomada.” (Gn 2:23)
Cabe a
nós clamarmos ao Eterno por misericórdia, sabedoria, discernimento,
coragem para declararmos com as nossas atitudes a unidade da nossa Fé
com Israel.
Segundo – Porque as celebrações bíblicas contêm elementos
espirituais muito ricos que tratarão o nosso ser.
Terceiro – As celebrações nos ajudarão a preservar em nossa memória
aquilo que Deus aprova.
Então,
precisamos ser bem criteriosos, comedidos, sinceros, cheios de
discernimento nas celebrações, pois elas não se resumem no “Shabat”.
Se ficarmos apenas no Shabat, temos uma meia verdade, e uma meia verdade
não é verdade.
O
Calendário Bíblico Religioso dá início do mês de Nissân (março e
abril) ele marca o começo dos meses religiosos.
“Disse
o Senhor a Moisés e a Arão na terra do Egito: Este mês será para vós o
primeiro mês, o primeiro mês do ano.” (Ex 12:1-2) (Cf Lv 23:5)
Dotado de
dois calendários especiais o povo de Deus possui o Ano Religioso e o Ano
Civil. O ano civil dá início no mês de “Tishri” (setembro e
outubro). Esse é também o ano judaico. Entre os dias festivos principais
chamados “Os Grandes Dias Santos” se encontram “Rosh Hashaná”
(Ano Novo) e “Hag Zikaron Teruah” (Festa das Trombetas) (Cf Lv
23:24) o “Yom Kippur” (O dia do Perdão) no hebraico são chamados:
“Yomim Noraim” (Dias de Temor).
As três
Festas que são denominados “Festa da Peregrinação” em hebraico,
são chamados “Shalosh Regalim” (As três Peregrinações):
“Sucot” (Tabernáculos), “Pessach” (Páscoa) e “Shavuot”
(Pentecostes). Porque os judeus em obediência a Torah faziam uma
peregrinação, de todas as partes de Israel, até o templo em Jerusalém.
“Três
vezes no ano me celebrareis Festa. A Festa dos pães asmos guardarás,
sete dias comerás pães asmos, como te ordenei, ao tempo apontado, no mês
de Nissân, pois nele saíste do Egito, ninguém apareça de mãos vazias
perante Mim. Guardará a Festa da sega dos primeiros frutos do teu
trabalho quando tiveres recolhido do campo os frutos do teu trabalho.
Três vezes no ano, todos os homens aparecerão diante do Senhor
Deus.”
(Ex 23:14-17) (Cf Dt 16:16-17)
“Rosh Hashaná”e “Hag
Zikaron Teruah”
“Rosh
Hashaná” é o Ano Novo Judaico. O primeiro dia é conhecido como
“Rosh Hashaná” que quer dizer em hebraico “Cabeça do Ano”.
Trata-se de uma festividade alegre, mas ao mesmo tempo, solene,
celebrada durante dois dias; junto com a Festa das Trombetas em hebraico
“Hag Zikaron Teruah”. “Dize aos filhos de Israel: No sétimo
mês, ao primeiro do mês, tereis descanso solene, um memorial com som de
trombeta, santa convocação.” (Lv 23:24) (Cf Nm
29:1)
O termo
“Zikaron Teruah” significa o som (alarme) das Trombetas.
1º. O Som
do Shofar, nós temos a obrigação de tocar e ouvir. Maimônides diz
que: o Som do Shofar é um chamamento à nossa consciência, cujo
objetivo é despertar-nos, dando-nos um impulso inspirador para nos
dedicarmos a Torah.
2º. O Som
do Shofar nos liberta do engano dos sentidos ou do espírito que
faz tornar a aparência em realidade; as quais nós nos perdemos enganados
pelo inimigo e levados pelos nossos próprios instintos, que juntos
trabalham para encobrir-nos a verdade (Torah).
3º. O Som
do Shofar confunde Satanás que tenta nos subjugar e nos derrotar,
quando nós nos despertamos para a verdade e para o serviço de Deus.
4º. O
Shofar é um instrumento de convocação dos pecadores ao
arrependimento.
5º. O Som
do Shofar anuncia a vinda do Senhor. (Cf I Co
15:52) (I Ts 4:16-17)
6º. O Som
do Shofar anunciará os juízos de Deus. (Cf Ap 8:7, 8,
10, 12)) (Ap 9: 1,13) (Ap 9:11-15)
Bênçãos do Shofar:
“Baruch
ata Adonai Eloheinu Melech Haolam, Asher Kedshanu Bemitzvotav vertzvanu
lishmoa Kol Shofar. B’Shem Yeshua HaMashiach.
“Abençoado é você Senhor nosso Deus, criador do universo, que nos torna
sagrados com suas bênçãos e conclama-nos a ouvir o som do Shofar. Em
nome de Yeshua HaMashiach.
“Baruch
ata Adonai Eloheinu Melech Haolam, Shehecheyanu Vekinanu V’Higuianu
Lazman Hazé. B’Shem Yeshua HaMashiach.
“Abençoado é você Senhor nosso Deus, criador do universo, por nos dar a
vida, sustentar-nos e permitir-nos alcançar este momento. Em nome de
Yeshua HaMashiach.
A partir
do primeiro dia do mês de “Ellul” um mês antes de “Rosh
Hashaná” são recitados orações pelos judeus “sefaradin” com uma
preparação para o “Grande dia do juízo Divino”; pois, esse dia
abre o julgamento decisivo e temeroso dos dez dias que se seguem até
“Yom Kippur”.
Em
“Rosh Hashaná” o Eterno se coloca em seu trono de juízo onde todas
as criaturas passam ante d’Ele como um rebanho de ovelhas. O julgamento
vai determinar não somente o nosso destino material, durante o
Ano que inicia, como também a avaliação espiritual de cada um
segundo os frutos produzidos. “Todo ramo em Mim que não dá fruto Ele
corta, e todo ramo que produz fruto Ele o poda, para que produza mais
fruto ainda.”( Jo 15:2)
Mas a
decisão que o Eterno toma a nosso respeito nesse dia, não é selada até o
dia de “Yom Kippur”. Então compreendemos que ela pode ser mudada
para melhor no decorrer dos dez dias intermediários. Esses são
dias de exame da alma e arrependimento, o que em hebraico
significa literalmente “mudar”. Então a ênfase recai não só em
sentir-se culpado pelo que tenha feito ou deixado de fazer, mas também “decidir
mudar” o estilo de vida anterior que se vinha seguindo e agir de
modo diferente no novo ano que inicia. Em “Rosh Hashaná” Deus
apresenta-se a nós como rei e isso nos compromete aceitar sua vontade
expressa na Torah.
O
serviço de “Rosh Hashaná” é seguido em casa por um
“Kidush” (cálice com vinho) e uma Festa. A “Chalá” (pão) não
é servido em forma de trança como o resto do ano, mas redonda
simbolizando o ano que apenas começou. È costume comer o pão
mergulhado no mel, a fim de indicar a “Esperança” de que o
ano vindouro seja bastante doce. Usam também Maçãs com Mel.
Algumas famílias tradicionais comem a cabeça de peixe nesta noite, pois,
a palavra “Rosh” significa na verdade a cabeça do Ano.
“Yom Kippur”
Depois do
juízo Divino que teve lugar em “Rosh Hashaná”, fixando o
destino de cada um para todo o Ano Novo que se segue, um prazo nos é
outorgado até o grande e temeroso dia de “Yom Kippur” que sela
o juízo.
Esse
período de “Dez dias”, entre “Rosh Hashaná” e “Yom Kippur”
é designado como os “Dez Dias” de “teshuvá”. Período durante o
qual temos que fazer um exame de consciência e passar em revista nossas
ações e nossa conduta, procurando ver se elas estão em harmonia com a
Vontade do Eterno, expressa em sua palavra. Devemos procurar reparar
nossas faltas e buscar a purificação de nossas almas. Assim realizamos
uma “teshuvá” completa.
De acordo
com a “Midrash”. “O Senhor é a minha luz...” em “Rosh
Hashaná”. E em “Yom Kippur” “... é a minha salvação...” (Sl
27:1)
“Yom
Kippur” é chamado em inglês “Day of Atonement” (Dia da Expiação) e em
português (Dia do Perdão). “Isto vos será por estatuto perpétuo; No
sétimo mês, aos dez do mês, afligireis as vossas almas, e nenhuma obra
fareis. Nem o natural, nem o estrangeiro que peregrina entre vós”.
(Lv 16:29) (Cf Lv 23:27) (Cf Nm 29:7)
Ambas as
denominações Dia da Expiação e Dia do Perdão estão corretas, embora as
palavras expiação e perdão não signifiquem a mesma coisa.
A
palavra “Kippur” contém ambos os sentidos: expiação
e perdão. Expiação significa: remissão dos pecados. “Porque nesse
dia far-se-á expiação por vós, para serdes purificados. Diante do Senhor
sereis purificados de todos os vossos pecados.” (Lv 16:30)
O
significado literal: “... far-se-á expiação por vós...” no
contexto da Torah é que enquanto o templo existiu o “Cohen Gadol”
(Sumo Sacerdote) fazia expiação por Israel inteiro nesse dia, como
representante do povo Judaico. Não se deve pensar que durante o serviço
do templo o Sumo Sacerdote concedeu obsolvição. As palavras “...
sereis purificados perante o Senhor...” indicam que ele apenas
oficiava como o representante do povo. O perdão provém somente de
Deus.
O profeta
Isaías anuncia aquele que faria expiação por nós perante o Eterno. (Cf
Is 53:4-11)
O
apóstolo João anuncia-o como o Cordeiro de Deus que fará expiação pelos
nossos pecados. “... Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do
mundo.” (Jo 1:29b)
Assim,
por meio d’Ele os homens têm acesso a Deus, reconciliando tanto judeus
quanto gentios. “E pela cruz reconciliar ambos com Deus em um só
corpo, matando com ela a inimizade. E, vindo, Ele evangelizou a paz a
vós que estáveis longes, e aos que estavam pertos. Pois por Ele, ambos
temos acesso ao Pai em um mesmo espírito”.(Ef 2:16-18)
As
palavras “estatuto perpétuo”. “Será sábado de descanso para
vós, e afligireis as vossas almas; é estatuto perpétuo.”
(Lv 15:31) (Cf Lv 16:29) (Lv 23:31)
Mostra-nos claramente que a expiação continuará a ser feita por nós.
Fazemo-la através do jejum, da oração e da confissão dos nossos pecados
tanto individuais como comunitários. Devemos fazê-la como uma
“Mitsvot” em obediência ao calendário Bíblico, como está
determinado pelo Senhor em sua Torah.
“No
dia dez deste sétimo mês será o dia da expiação. Tereis santa
convocação, afligireis as vossas almas, e oferecereis oferta queimada ao
Senhor.” (Lv 23:27)
A oração
de Davi suplicando ao Eterno que purifique o seu ser.
(Cf Sl 51:2) (I Jo 1:7-8)
A
visão judaica é bem clara quando ensina que em “Yom Kippur”
só são perdoados os pecados cometidos pelo homem contra Deus. O
pecado contra Deus é pecado deliberado (decidido, proposital,
premeditado). A Bíblia deixa bem clara a diferença entre o pecado por
ignorância (Cf Nm 15:25-28) e o pecado deliberado. Nós devemos saber
discernir entre os dois casos. “Mas a pessoa que fizer uma coisa
deliberadamente quer seja dos naturais, quer dos estrangeiros, injúria
ao Senhor; tal pessoa será eliminada do meio do seu povo. Porque
desprezou a palavra do Senhor, e anulou o seu mandamento, totalmente
será eliminada essa pessoa, e a sua iniqüidade será sobre ela”. (Nm
15:30-31)
Exemplo: Pecados dos filhos de Elí. (Cf I Sm
2:25)
Pecado Saul. (Cf I Sm
13:8-14) (I Sm 15:1-26)
“...
Rejeitaste a palavra do Senhor e Ele te rejeitou...”.
(I Sm 15:26b)
Os
pecados cometidos pelo homem contra os seus semelhantes, não serão
perdoados por Deus, até que tenha sido perdoado pela pessoa
contra quem foi cometido.
As
palavras: “... é um sábado solene para vós...”. (Lv 16:31)
mostra-nos que todas as leis que se aplicam ao “Shabat” com referência
ao trabalho aplicam-se também ao “Yom Kippur”, e que devemos
flagelar nossas almas pelo jejum. O propósito do jejum nesse dia não é
por sinal de luto como acontece com “Tisha B’Av”. (9º dia de Av);
mas sim o purificar de nossos pensamentos e buscar a graça e a
misericórdia do Eterno em nosso favor.
No
encerramento do dia de “Yom Kippur”, pronunciamos o:
“Shemá Israel, Adonai Eloheinu,
Adonai Echad”
(Ouve, ó Israel, O Eterno é nosso Deus, o Eterno é único)
Três
vezes se repete:
“Baruch Shem Kvod Malchutei Leolam Vaed”
(Bendito seja o nome daquele cujo
glorioso nome é Eterno)
Por sete
vezes seguidas se pronuncia a profissão de Fé:
“Adonai Hu HaElohim”
(Só o Eterno é Deus)
Faz-se
então o toque do Shofar, que é pronuncio a “Redenção Final”
ao acompanhamento da proclamação de:
“Leshaná Habá B’Yerushalaím”
(No ano vindouro em Jerusalém)
Por Sandra Mara Oliveira
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